Ninguém ficou indiferente a um comunicado, emitido sexta-feira passada, a anunciar que o vereador da Câmara de Coimbra Jorge Alves tinha pedido a renúncia ao cargo, aceite imediatamente pelo presidente da Câmara, o socialista Manuel Machado.
O comunicado pouco ou nada dizia sobre os motivos da saída. E apenas ficou claro que o edil iria avocar os pelouros deixados vagos pelo vereador cessante, a saber: “Polícia Municipal; Bombeiros; Conselho Municipal de Segurança e Proteção Civil; Educação; Ação Social; Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ); e Julgados de Paz”. Ora, o caso é complexo e deu dores de cabeça ao autarca Manuel Machado. Mais, foi aberto um procedimento interno para averiguações e, havendo matéria, será remetido ao Ministério Público. Jorge Alves, vereador cessante, era também membro do conselho de administração dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), E um dos seus filhos assinou um contrato com o SMTUC. O caso apareceu na página de sátira Movimento Humor na rede social Facebook, na passada quarta-feira. Manuel Machado tomou conhecimento das ligações familiares pelo cartoon do dito movimento na quinta-feira e pediu explicações ao vereador em causa. Como Manuel Machado não obteve “todos os dados para um cabal esclarecimento” e verificou-se uma “total quebra de confiança”, Jorge Alves acabou por se demitir e renunciar no dia seguinte, conforme explicou ao i uma fonte da autarquia. Logo nessa altura, Machado pediu a abertura de processo de averiguação e ontem mesmo foi aberto um procedimento administrativo interno para perceber como este caso foi possível na autarquia. A oposição pede esclarecimentos.