TAP empresta perto de três milhões e Groundforce cede ações como penhor

Está à vista a solução para os salários em atraso na SPdH/Groundforce. O ministro Pedro Nuno Santos já terá chamado as partes para uma reunião de emergência.

Está à vista a solução para os salários em atraso na SPdH/Groundforce. A TAP vai emprestar à empresa de handling perto de três milhões de euros e, em troca, a Pasogal, acionista maioritária, cede as ações que detém na empresa como penhor do empréstimo de emergência.

Esta é, aliás, uma solução que já tinha estado em cima da mesa. O Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal (STTAMP) tinha mesmo acusado, na passada segunda-feira, Alfredo Casimiro, presidente da Groundforce, de recusar uma proposta idêntica que visava desbloquear verbas na ordem dos 2,05 milhões de euros, necessárias para o pagamento dos salários dos trabalhadores, mas que previa como contrapartida e garantia do empréstimo as ações que o mesmo detém na empresa através da entidade Pasogal.

Ao que tudo indica, o acordo está agora fechado. O Ministério das Infraestruturas e da Habitação, liderado por Pedro Nuno Santos, terá mesmo chamado as partes para uma reunião de emergência. “Estou disponível para dar o penhor das ações da Groundforce para que a TAP nos possa emprestar dinheiro até que venha o empréstimo do Banco de Fomento e das linhas de Covid” no valor de 30 milhões de euros, confirmou esta quinta-feira Alfredo Casimiro em declarações ao Jornal Económico.

Recorde-se que a SPdH/Groundforce é detida em 50,1% pela Pasogal e 49,9% pela TAP. Na semana passada, a empresa de handling do grupo TAP informou os cerca de 2400 trabalhadores que não iria conseguir pagar os salários de fevereiro, pelo menos nos próximos 15 dias.

Numa carta interna dirigida aos trabalhadores, Alfredo Casimiro, presidente da empresa, admitiu que tem conseguido sobreviver apenas com o apoio do grupo TAP – que detém 49,9% do seu capital social – mas, neste momento, nem isso lhe poderá valer. “O conselho de administração da TAP informou hoje [quinta-feira, dia 25 de fevereiro] não lhe ser possível conceder este auxílio que, acreditamos, seria o último antes da contratualização do empréstimo bancário com garantia de Estado”, dizia a nota. Os dias seguintes foram de contestação à porta da empresa. As reinvindicações de sindicatos e trabalhadores parecem, agora, ter sido atendidadas.