Marcelo Rebelo de Sousa entrará na próxima semana, no dia 9, no seu segundo e último mandato. A tomada de posse no Parlamento não contará com mais de 100 pessoas, muito longe das centenas ou milhares de há cinco anos. A pandemia impõe apenas a presença de 50 dos 230 deputados e até o corpo diplomático, sempre representado nestas cerimónias com o maior número possível de embaixadores, será reduzido a um, o mais importante da hierarquia, o Núncio Apostólico (representante do Vaticano), considerado o decano da representação diplomática.
Mesmo o Governo estará reduzido ao mínimo, representado pelo primeiro-ministro, António Costa, os quatro ministros de Estado (a saber: o ministro da Economia, Siza Vieira, a ministro das Finanças, João Leão, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva), além do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro. Mantém-se a tradição «de convidar os candidatos a Presidente da República», conforme consta da súmula da conferência de líderes onde o tema foi abordado. Isto sem contar com convites para as «mais altas precedências do Protocolo do Estado Português» – ou seja, o presidente do Tribunal Constitucional e o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, por exemplo. Haverá um momento para os tradicionais cumprimentos, mas será reduzido ao mínimo, sem apertos de mão e nem todos os que estiverem na Sala das Sessões para a posse poderão aceder a esta cerimónia.
Marcelo seguirá depois para o Mosteiro dos Jerónimos, onde depositará uma coroa de flores no túmulo de Luiz de Camões e outra no túmulo de Vasco da Gama, sendo depois escoltado a cavalo pela Guarda de Honra até ao exterior do Palácio de Belém, onde está previsto que entre a pé, sendo recebido pelo chefe da Casa Militar. Mais à frente, na Sala das Bicas, o secretário-geral da Presidência da República entregará a banda das três Ordens, símbolo do Presidente da República e grão-mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, terminando a agenda em Lisboa, no Palácio de Belém. Depois rumará ao Porto, onde terá um encontro com o autarca Rui Moreira, presidirá a uma cerimónia ecuménica, onde estarão representadas as religiões com presença em Portugal, tudo na Câmara do Porto. Em 2016, a sessão teve lugar na Mesquita de Lisboa, na Praça de Espanha. Marcelo ainda visitará o Centro Islâmico do Porto. E o dia oficial terminará por aqui.
Ontem, o presidente tinha previsto duas deslocações, à Madeira e aos Açores, mas o mau tempo trocou-lhe as voltas. As viagens foram adiadas. Um dos temas da agenda era a escolha dos Representantes da República em cada um dos arquipélagos. Em ambos os casos, Marcelo renovou os mandatos: do embaixador Pedro Catarino, na Madeira, e do juiz conselheiro Ireneu Barreto, nos Açores.