Uma escola em Nova Iorque, nos EUA, criou e entregou um manual sobre linguagem adequada aos alunos e funcionários. O novo guia desaconselha o uso de termos como pai e mãe.
A justificação, explicou o estabelecimento privado, é promover a “inclusão” e “um sentido de pertença em todos os estudantes". Para aquela escola, as palavras mãe, pai ou pais podem estabelecer suposições desnecessárias ou erradas sobre a vida pessoal dos alunos.
Os termos "adultos", "pessoas", "família" ou "tutores" devem ser privilegiados em relação à palavras "mãe", "pai" e "pais". Uma ama ou um babysitter passa a ser um “cuidador”
"As famílias são formadas e estruturadas de muitas maneiras. Na Grace Church School utilizamos uma linguagem inclusiva que reflete esta diversidade. É importante abstermo-nos de fazer suposições sobre com quem as crianças vivem, quem cuida delas, se dormem no mesmo lugar todas as noites, se veem os seus pais, etc", lê-se no guia de linguagem, partilhado pelo NY Post.
Mas a Grace Church School está longe de ser caso único, a Universidade de Manchester também considera que há palavras que devem ser evitadas pelos docentes em nome da igualdade. E mãe e pai são apenas algumas das palavras ‘proibidas’, pelo menos sempre que um académico esteja a falar em nome ou representação da instituição britânica.
A revista The Spectator apresentou vários exemplos do novo guião de linguagem, cujo objetivo, explicam os seus autores é o de “ajudar a promover a igualdade, diversidade e inclusão, e fornecer o mesmo tipo de oportunidades para todos”.
Os termos mulher e homem devem ser substituídos por pessoa, mãe e pai por progenitor ou guardião, mulher e marido por companheiro/a ou irmã e irmão por ‘sibling’, não tem tradução direta para o português mas que significa irmão, mas sem a designação do sexo da pessoa em causa.
As palavras com prefixo de género, mais comuna na língua inglesa, devem ser preteridas por alternativas neutras. Ou seja humankind deve ser privilegiado em alternativa a mankind, assim como workpower em relação a manpower.
Mas nem só da busca pela igualdade de género vive a nova linguagem adequada, agora uma pessoa “não sofre de cancro”, mas “vive com cancro”, um “diabético” é antes uma “pessoa com diabetes”. As referências à idade são também mal vistas pelo novo guião que recomenda que sejam evitadas, e sugere que, quando necessário, se recorra a termos de faixas etárias e não a palavras como jovem, idoso, ou reformado.