A Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) vai assegurar o rastreamento de contágios por covid-19 nos colégios privados, uma parceria com o Governo.
"No privado, nesta primeira fase, [o rastreio] vai sair a custo zero para o Ministério atendendo à parceria com a Cruz Vermelha. A seguir, acomodaremos a despesa conforme previsto para os outros", informou a secretária de Estado, Inês Ramires, durante uma visita ao Colégio Luso-Francês, no Porto, na qual acompanhou o processo de testagem.
Nesta primeira fase de desconfinamento, o reinício das atividades escolares em regime presencial implica a realização de um teste rápido de antigénio a professores e auxiliares de todos os níveis de ensino, conforme o 'Programa de Rastreios laboratoriais para a SARS-CoV-2 nas creches e estabelecimentos de educação e ensino', divulgado na semana passada.
Inicialmente, o setor privado e corporativo não pertencia a esta campanha de testagem, mas o Executivo de António Costa acabou por mudar de ideias.
Questionada pelos jornalistas sobre quem iria suportar os custos adicionais devido à mudança de decisão do Governo, a secretária de Estado esclareceu que seria, para já, a CVP.
Inês Ramires lembrou que esta parceria com a CVP não é de agora, explicando que quando iniciaram a realização dos primeiros rastreios do novo coronavírus no final de janeiro, ainda com as escolas abertas, os testes laboratoriais já eram garantidos por esta organização.
"Agora, a Cruz Vermelha, colaborando nesta parceria de sucesso, ficou responsável pela esfera do setor particular e cooperativo", salientou, acrescentando que será apenas durante a primeira fase.
Esta primeira fase do rastreio inclui o “primeiro varrimento”, como descreveu Inês Ramires, em todas as escolas durante a primeira semana da reabertura, com a repetição dos testes laboratoriais após 14 dias, apenas nos concelhos com um nível de incidência de casos positivos acima de 120/100 mil habitantes.
Depois, os testes rápidos de antigénio voltam a realizar-se num período de tempo ajustado ao número de casos identificados nos primeiros, segundo as orientações da Direção-Geral da Saúde. O mesmo acontecerá nas escolas públicas e os custos em ambos os setores serão suportados pelo Executivo.
De realçar que a campanha de testagem nas escolas começou nesta terça-feira nas creches, pré-escolar e 1ºciclo e até esta sexta-feira, todos os docentes e não docentes destes níveis de ensino já deverão estar testados à covid-19.
No setor privado e corporativo serão testados numa semana mais de 20 mil profissionais, enquanto no ensino público cerca de 50 mil. Os resultados globais do primeiro rastreio deverão ser divulgados na próxima semana.