A TAP terá apresentado uma nova solução ao acionista privado tendo em vista a resolução da crise na Groundforce. Em declarações à SIC, João Rosas, da comissão de trabalhadores da Groundforce, confirmou que o ministro Pedro Nuno Santos enviou esta manhã uma carta a Alfredo Casimiro onde propõe que a TAP compre material da Groundforce por sete milhões de euros e subalugue esse mesmo material à empresa de handling, como forma de fazer entrar dinheiro que permita pagar os salários dos 2400 trabalhadores (em atraso desde fevereiro).
O i confirmou esta informação junto de fonte próxima do processo. Neste momento, aguarda-se pela resposta de Alfredo Casimiro, presidente da Groundforce – que detém 50,1% da empresa de gestão de bagagens através da Pasogal (enquanto os restantes 49,9% do capital pertecem à TAP). Recorde-se que, ontem à noite, decorreu nova ronda negocial que, no entanto, voltou a terminar sem acordo entre as partes.
No encontro, que durou duas horas e meia, Alfredo Casimiro propôs à TAP um aumento de capital a ser subscrito por um valor por ação baseado na avaliação da Groundforce feita em 2018, pela Sycomore Corporate Finance (adaptada em função dos impactos da covid-19); ou a constituição do penhor das ações do acionista privado junto do Montepio, tendo em vista a libertar dinheiro de imediato para pagar aos trabalhadores.
Por outro lado, as soluções colocadas em cima pela TAP até ao momento passavam pela realização de um aumento de capital da Groundforce de 6,97 milhões de euros, através da emissão de 697 mil novas ações, com o valor nominal de 10 euros – com a empresa de gestão de bagagens a passar dos atuais 500 mil euros de capital para cerca de 7,5 milhões –, mas que impunha que a empresa passava a ser controlada pelo Estado português.
Esta quinta-feira decorreu aquela que os sindicatos chamaram de “a maior manifestação de sempre de trabalhadores da Groundforce”, no aeroporto de Lisboa. Mais de um milhar de trabalhadores ligou a zona de chegadas do aeroporto à sede da empresa. No protesto estiveram presentes Catarina Martins, líder do Bloco de Esquerda, Jerónimo Martins, do PCP, e Isabel Camarinha, da CGTP.