O congresso do PS vai realizar-se nos dias 10 e 11 de julho e a eleição do secretário-geral está prevista para os dias 11, 18 e 19 do mesmo mês. Os socialista decidiram que o congresso vai realizar-se com um modelo misto, presencial e por videoconferência. A decisão foi aprovada por uma larga maioria, mas Daniel Adrião considerou que este modelo tem como objectivo afastar os críticos e “é uma desonra para a história do partido”.
Na prática, a reunião magna dos socialistas vai acontecer em 13 pontos distintos do país devido à pandemia. O PS quer que os espaços que serão escolhidos para os delegados tenham uma capacidade de lotação superior a 800 pessoas para que existam “totais garantias de segurança e de saúde pública”.
“Será uma forma inovadora de reunir o órgão máximo do partido. A regularidade no funcionamento dos órgãos dos partidos e a periodicidade a sua reunião é importante para a democracia”, afirmou Pedro Cegonho, secretário nacional adjunto do PS.
António Costa defendeu, na reunião da Comissão Nacional do PS, neste fim de semana, que esta é a melhor solução, porque o congresso “é essencial para a preparação das eleições autárquicas” e um novo adiamento “comprometeria a preparação das eleições legislativas”.
António Costa manifestou-se também contra a ideia de as eleições autárquicas se realizarem em dois fins de semana.
A posição foi assumida, na reunião da Comissão Nacional do PS, depois de o ministro da Administração Interna Eduardo Cabrita ter afirmado, em entrevista à agência Lusa, que “a distribuição do voto entre dois fins de semana” é “perfeitamente possível”.
DIRIGENTE DO PS ATACA COSTA O modelo encontrado para a realização do congresso não agrada ao dirigente da corrente minoritária socialista Daniel Adrião. O socialista considerou que o modelo de congresso proposto pela direção partidária é um “golpe de secretaria”.
Daniel Adrião afirmou que as regras encontradas para a realização do congresso configuram “um processo de asfixia democrática, que tem como objetivo impedir o surgimento de alternativas à atual maioria e afastar e silenciar as vozes críticas, impondo o pensamento único”.
Numa intervenção muita crítica, na reunião da Comissão Nacional, o dirigente socialista considerou ainda que “isto é um atentado ao património genético do Partido Socialista e viola as regras mais elementares de democracia e pluralismo. É uma desonra para a história do partido fundado por Mário Soares fazer um congresso nacional com estas regras ignóbeis”.