O Conselho de Defesa francês está reunido, esta quarta-feira, no Palácio do Eliseu para decidir novas restrições na sequência do agravamento da pandemia de covid-19, que levou a vários pedidos para que o Governo encerre as escolas em França.
Macron irá anunciar as medidas hoje em direto na televisão às 20h00 (19h00 em Lisboa).
Para as novas restrições, o primeiro-ministro francês vai ter em conta os dados mais recentes da pandemia no país, observando já os efeitos do confinamento híbrido que foi colocado em prática, há 13 dias, em 16 e depois em 19 departamentos franceses.
A terceira vaga está quase à porta no país, visto que com o aumento do número de casos, os hospitais franceses estão à beira de lotar. O número de pacientes em cuidados intensivos subiu para 5.702, acima da capacidade normal dos hospitais e também do pico registado na segunda vaga em novembro.
Ao incluir todos os pacientes com covid-19 e os outros, quase nove em cada 10 camas nos cuidados intensivos estão atualmente ocupadas, segundo os dados do Ministério da Saúde francês.
Este crescimento desastroso só acrescentou mais pressão sobre o chefe de Estado, devido às insistências dos médicos e também das contestações da oposição, que pede para que o governo tome decisões mais eficazes, sobretudo com um confinamento rigoroso.
A autarca de Paris, a socialista Anne Hidalgo, pediu hoje o encerramento das escolas na capital, tendo em consideração a “grave” situação epidemiológica e a “enorme desorganização” dos estabelecimentos.
"A situação é muito grave", assinalou Hidalgo em declarações ao canal BFMTV, ao recordar que em Paris existem 850 turmas encerradas com 20 mil alunos afetados.
A taxa de incidência entre os jovens entre os 15 e os 19 anos é de 850 por 100 mil nos últimos sete dias na capital, enquanto no país a taxa incide-se nos 377.
A sustentar a posição de Hidalgo está o presidente da Federação de Hospitais de França, Frédéric Valleteux, que afirmou que "o encerramento das escolas é hoje uma necessidade" como forma de conter as infeções face à gradual saturação dos serviços de cuidados intensivos.
Valleteux recordou que atualmente "há encerramentos em grande escala de turmas" devido ao aparecimento de casos positivos entre os alunos. "As escolas devem ser encerradas. Em todo caso, as férias da Páscoa estão a chegar", indicou Valleteux.
Precisamente, as férias da Páscoa poderão ser um veículo para que o Governo obrigue os alunos a ficar em casa durante duas semanas.
Na França, as férias escolares estão a ser gozadas de maneiras diferentes mediante cada região, para evitar viagens em grande escala em data específicas.