A ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, admitiu, esta quinta-feira, que a tendência decrescente de casos do novo coronavírus em Portugal pode terminar durante esta semana. No entanto, afirma que a situação no país "ainda é de conforto" e que o Governo está "a ser mais exaustivo na testagem nos locais onde há surtos".
"Sabemos que provavelmente esta será a primeira semana em que se interrompe a redução de um número de casos. Até ao domingo passado, a cada semana estávamos permanentemente, ou já há muitas semanas, a reduzir o número de casos. Esta semana, em função do R(t) ter ultrapassado o 1, é provável que seja uma semana em que já não existe essa redução do número de casos face à semana anterior", afirmou a ministra, na conferência de imprensa que sucedeu ao Conselho de Ministros. No entanto, "estamos ainda numa situação de conforto".
Assim, face ao aumento de casos, a estratégia adotada "foi a de olhar do ponto de vista do território e dos concelhos" onde o número de novos casos nos últimos 14 dias é superior a 120 por cada 100 mil habitantes e "testar e isolar" de forma "mais exaustiva" para "controlar" o número de contágios.
Sobre as escolas, a ministra Vieira da Silva diz que está a ser feito um "rastreio associado ao início de atividade" e que foram alteradas as regras de testes. A partir de hoje, além dos contactos de riscos, irão ser testados "muitos mais contactos" relacionados com os alunos infetados, o que fará com que "sejam encontrados mais casos". Contudo, realça que, dos 16 mil testes realizados nos estabelecimentos de ensino, apenas 0,1% tiveram resultado positivo.
Questionada sobre a vacinação com o fármaco da AstraZeneca, a ministra remeteu a decisão para as "entidades competentes", reiterando que a Direção-Geral da Saúde (DGS) irá pronunciar-se ainda esta quinta-feira. De qualquer forma, assegura que o Governo está "preparado" para fazer alterações ao plano de vacinação, "caso sejam necessárias".