Jerónimo de Sousa acusou os "interesses do grande capital", que estão "presentes também nas opções europeias e nacionais de combate à epidemia", e que, na compra de vacinas, foram "transformadas num negócio", lamentando ainda o secretário-geral que Portugal está "mais limitado no ritmo de vacinação previsto com as condicionantes impostas à vacina AstraZeneca". O secretário-geral do Partido Comunista Português deu, neste domingo, um discurso frente à Gare Marítima de Alcântara, em Lisbiao, onde inaugurou as exposições "100 anos de luta no distrito de Lisboa" e "Artes Plásticas — 100 anos 100 artistas".
"Se a situação há muito reclamava a solução defendida pelo PCP da diversificação da compra das vacinas, como uma opção estratégica para controlar a epidemia em Portugal, ela tornou-se uma exigência inadiável", afirmou ainda Jerónimo de Sousa, que acusou os partidos da direita por terem chumbado o projeto de resolução do PCP que propunha uma maior diversificação das opções de vacina contra a covid-19.
A vacina da AstraZeneca/Oxford tem estado envolvida em forte polémica a nível mundial, devido a efeitos secundários adversos, o que levou as autoridades da saúde portuguesas a recomendar a sua administração apenas em pessoas acima dos 60 anos de idade, conforme vários países por todo o mundo o fizeram.
Esta decisão, no entanto, veio atrasar o processo de vacinação nacional em Portugal, nomeadamente na inoculação dos professores, que se estima que venha a atrasar-se em uma semana, segundo afirmou o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador da 'task force' responsável pelo plano nacional de vacinação contra a covid-19.