Com o aumento da cobertura vacinal da população mais velha, o aumento da incidência não pode ter menor impacto do que no passado?
Temos de ganhar tempo para aumentar a cobertura vacinal, que é maior nos maiores de 80 mas menos ainda nos maiores de 60 e 70. Estou convencido que com a atual cobertura dos maiores de 80, se tivermos um ressurgimento da doença, vamos ter menos menos hospitalizações mas isso não impede que tenhamos muitos casos, mesmo nos mais jovens, porque ainda há uma grande percentagem da população suscetível.
Por que é importante evitá-lo?
Há dois motivos essenciais. A covid-19 não é má só por matar as pessoas, deixa sequelas. Sabemos que uma percentagem, que não é desprezível, de infetados, até assintomáticos, ficam com sequelas, não sabemos quanto duram e quais as consequências a longo prazo. A segunda razão é que é muito importante a imagem do país em vésperas de verão e isso pode ficar em causa. Se queremos ter uma recuperação da economia e uma imagem segura, temos de ter uma epidemia controlada. Se começamos a ter a imagem de casos a subir exponencialmente, começamos a entrar na lista negra dos países e os turistas não vêm.
A ministra da Saúde disse esta terça-feira que a pedra de toque da estratégia é a proporcionalidade das medidas. Já contestou essa ideia. Acha que é um erro?
Temos de nos antecipar ao vírus. A proporcionalidade levou-nos onde levou nos últimos meses.