O ministro de Estado e das Finanças garantiu que o défice de 2021 será de 4,5%. Este é o valor apresentado no Programa de Estabilidade, que decorreu ontem após aprovação do documento em Conselho de Ministros. Trata-se de uma redução face aos 4,3% que tinha sido avançado Orçamento de Estado para 2021”. No entanto, João Leão revela que, a partir de 2022, o défice atingirá o valor de 3,2%, dando aqui espaço para uma recuperação bastante significativa da atividade económica, e a partir de 2023 voltará [a ficar] abaixo dos 3% e caminhará ao longo do horizonte até ao valor de 1%”. Para o próximo ano, aponta para um défice de 3,2%.
O crescimento, de acordo com as contas do governante, “assenta de forma muito intensa na recuperação das exportações e investimento, privado e público”, beneficiando também do efeito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com fundos europeus.
João Leão admite que, para este ano, a taxa de desemprego ficará em 7,3%. Para os anos 2022 e seguintes, prevê-se uma diminuição. Ainda assim, admite que este plano terá um impacto de 22 mil milhões de euros na atividade económica, um plano que o Governo diz ser sustentável.
Em relação à dívida pública, o governante acredita que, em 2021, ficará nos 128% do Produto Interno Bruto (PIB), baixando para 123% em 2022 e 121% em 2023.
Mas só em 2024 é que irá voltar aos níveis pré-crise (fechou 2019 nos 117,6% do PIB), já que o Governo projeta que fique nos 117% nesse ano e baixe para 114% em 2025.
Sem austeridade O governante diz ainda que é necessário enfrentar esta crise de uma forma diferente da usada na anterior crise. O excedente atingido antes da pandemia permitiu enfrentar a crise sem implementação de austeridade. No entanto, reconhece que se vivem contextos de grande instabilidade, em Portugal, na Europa e no mundo, mas sublinha que é necessário ter confiança e otimismo.
E apesar de reconhecer que ainda se vive contextos de grande instabilidade, não só em Portugal, mas também na Europa e no mundo sublinha que é necessário ter confiança e otimismo. “O plano de vacinação permite antecipar uma recuperação muito forte da atividade económica no segundo semestre deste ano e, em particular, no ano que vem. Já se vê a luz ao fundo do túnel. Para o ano é fundamental concentrar-nos na recuperação económica e social em Portugal e na Europa”, explicou João Leão.
Em relação ao PRR , o governante estima que tenha um impacto na economia portuguesa de 22 mil milhões de euros ao longo dos próximos cinco anos, destacando um “conjunto robusto de investimentos do Governo” antes do PRR, exemplificando com a consignação das obras do Metro de Lisboa esta semana. O Executivo espera também “uma recuperação de outras variáveis como o consumo privado”.