Para António Costa, a humanidade deve retirar uma lição deste ano que viveu com uma pandemia: é preciso “urgentemente de um tratado internacional para as pandemias”, afirmou o primeiro-ministro na sua intervenção na reunião plenária da XXVII Cimeira Ibero-Americana.
"Um tratado para que no futuro não tenhamos que improvisar ou reagir na emergência, como tem sido feito com muito custo ao longo deste ano”, assinalou António Costa.
O líder do executivo disse que Portugal está a esforçar-se para que haja uma vacinação contra a covid-19 a nível global, através da contribuição conjunta da União Europeia com o projeto Covax, "mas também diretamente no apoio aos Países Africanos de Expressão Portuguesa (PALOP) e Timor-Leste, para onde serão redirecionadas cinco por cento das vacinas adquiridas por Portugal".
"Também no âmbito da nossa presidência do Conselho da União Europeia, temos impulsionado a criação de um Mecanismo Europeu de Partilha de Vacinas, através do qual os Estados-Membros poderão canalizar vacinas para países terceiros, sendo a América Latina uma das regiões prioritárias", referiu Costa.
É sob a alçada da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, que o primeiro-ministro espera concretizar várias prioridades como a inauguração do cabo submarino digital Ellalink, que irá ligar Portugal e Brasil.
"Com amarrações em Fortaleza (Brasil) e em Sines (Portugal), o cabo reforçará a conectividade entre a Europa e a América Latina, constituindo um novo traço de união crucial para o futuro das nossas sociedades e economias, com relações cada vez mais densas e orientadas para uma prosperidade partilhada. Este é um símbolo da ligação ibero-americana. Com este cabo ficamos ainda mais próximos", sublinhou António Costa.
Entre as prioridades da presidência portuguesa, também estão “a modernização do acordo de amizade com o Chile, a conclusão do acordo comercial com o México e do acordo sobre o documento complementar com o Mercosul", definiu o líder do executivo.
Em relação ao último, Costa realçou: "é o acordo comercial de maior impacto económico a nível mundial".
No espaço ibero-americano "cooperam Estados de língua portuguesa e de língua espanhola, sendo essencial valorizar o equilíbrio das duas componentes linguísticas e a sua projeção no mundo, com o peso conjunto de 600 milhões de falantes, dos quais 260 são lusófonos", frisou António Costa na sua intervenção.
"O aprofundamento da dimensão lusófona enriquecerá a nossa organização e, por esse motivo, saudamos os movimentos de aproximação que têm sido dados nos dois sentidos, incluindo a candidatura da Comunidade Ibero-Americana (CIB) a observador associado da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a candidatura da CPLP a observador consultivo da CIB", evidenciou.
Segundo o primeiro-ministro, Portugal "tem melhorado o nível e qualidade da sua participação no projeto ibero-americano".
"Desde logo, através da abertura do escritório da Organização dos Estados Ibero-americanos para a educação, a ciência e a cultura em Portugal e de um maior envolvimento nos programas setoriais", realçou.