O aparecimento de herpes em doentes com doenças autoimunes pode ser um efeito secundário da vacina contra a covid-19, segundo um estudo do Centro Médico Sourasky de Tel Aviv e do Centro Médico Carmel, em Haifa, Israel.
Os especialistas descobriram que pessoas com doenças autoimunes estão mais propensas a desenvolver erupções cutâneas, neste caso o herpes zoster, após a administração da vacina contra covid-19, do que aquelas sem qualquer doença. Além disso, o aparecimento de herpes era cinco vezes mais comum após a primeira dose do que a segunda.
Apesar de ainda não estar provada a ligação entre os problemas de pele e a toma da vacina, os investigadores avisam que os médicos devem estar atentos ao possível efeito colateral.
“Não podemos dizer que a vacina é a causa [das erupções cutâneas] neste momento”, explicou Victoria Furer, reumatologista do Centro Médico Sourasky de Tel Aviv, ao jornal The Jerusalem Post. “Podemos dizer que talvez seja um gatilho para alguns pacientes”, continuou.
O estudo contou com a participação de 590 pessoas vacinadas com o fármaco da Pfizer/BioNTech. Do total, 491 tinham alguma doença reumática inflamatória autoimune. Apenas seis pacientes – 1,2% – desenvolveram herpes.
A médica revelou ainda que cinco dos seis pacientes que desenvolveram herpes zoster tinham uma doença autoimune. “É por isso que estamos a denunciar a situação. Parece que há alguma associação”, afirmou.
“Não queremos assustar ninguém. A mensagem geral é ser vacinado. É apenas importante estar ciente”, sublinhou.