O presidente da Groundforce, Alfredo Casimiro, vai anular o acordo com a TAP: o i sabe que a proposta do acionista privado da empresa de handling prevê que volte tudo à estaca zero. Ou seja, a TAP devolve os equipamento à Groundforce e esta última restitui à companhia aérea os 6,97 milhões do negócio, mas, neste caso, só aceita fazê-lo através de um plano faseado de pagamento.
Segundo apurou o nosso jornal, o volte-face teve base a interpretação do Conselho Fiscal e dos consultores (da Deloitte) da Groundforce que alegam a invalidade do contrato por retirar à empresa possibilidade para que desenvolva a sua atividade.
A nova posição da Groundforce foi formalmente apresentada, ontem, numa reunião de acionistas convocada de urgência por Alfredo Casimiro, e que ainda decorria à hora do fecho desta edição – por isso não foi possível apurar a posição da TAP e Governo face aos novos desenvolvimentos.
Recorde-se que o acordo assinado entre as partes em finais de março consistiu na compra pela TAP de material da Groundforce – como tratores, rebocadores (designados push backs), escadas e autocarros, entre outros – por 6,97 milhões de euros, que depois passou a subalugar à própria empresa de gestão de bagagens por um valor mensal de 461 mil euros.
O acordo foi, na altura, a forma encontrada para que fosse injetado de imediato dinheiro na Groundforce, permitindo pagar os salários em atraso de fevereiro e os de março aos 2400 trabalhadores da empresa de handling (mais os impostos referentes a março) – o contrato também previa a possibilidade de os equipamentos poderem ser recomprados pela Groundforce no prazo de até 60 dias.
Casimiro garante ordenados e contratações Apesar das notícias que vieram a público nas últimas semanas, dando conta que Alfredo Casimiro estava em negociações com três empresas internacionais para se desfazer da parte que detém na Groundforce, o i sabe que o acionista privado está agora mais confiante que “o pior já passou”, e acredita que pode ir à boleia da retoma gradual e progressiva prevista para os próximos meses no setor da aviação, para resistir à frente da empresa de gestão de bagagens do grupo TAP.
O nosso jornal apurou que Alfredo Casimiro (que detém 50,1% da Groundforce através da Pasogal, enquanto os restantes 49,9% pertencem à TAP) garante ter assegurado o dinheiro para pagar os salários de maio aos trabalhadores (e também a verba para fazer face aos impostos referentes a esse mês).
Contra todas as expectativas, o empresário tem mesmo confidenciado junto de colaboradores mais próximos que, perante as mais recentes estimativas, está disponível para contratar já a partir de junho, de forma a corresponder ao aumento da atividade – devendo, para isso, recorrer a alguns dos quase mil trabalhadores que viram os seus contratos a termo terminar quando a crise estalou.