Como já passava das 13 horas e era fim de semana, ocorreu-me que havia sempre a possibilidade de ir buscar um gelado. Quando cheguei, percebi que muitos se lembraram do mesmo e a fila era desanimadora. Mas o diabo da gula conseguiu sobrepor-se e pus-me a caminho da carrinha que vende os mesmos gelados a cerca de 15 minutos. Apesar da distância, a fila para a mesma gelataria – neste caso, sobre rodas – não costuma ter comparação com os quilómetros da outra linda falua que não vai até Belém… mas alguns não ficarão. Não fiquei e, quando comecei a aproximar-me do novo destino, confirmei mais uma vez as suspeitas e a aposta certeira. Meia dúzia de pessoas, talvez sem contar com os que já estavam a ser despachados ao balcão – e a proximidade do grupo, embora depois tenha vindo a confirmar que não eram do mesmo agregado familiar ou mesmo conhecidos, fazia parecer a fila ainda mais pequena. Coloquei-me a cerca de dois metros dos agora penúltimos clientes – não era menos a nossa distância de segurança, mas também não era garantidamente muito mais – e deixei-me estar.
Pouco tempo depois, chegaram mais duas pessoas e a senhora aproximou-se para perceber se eu estava mesmo na fila…
Eu a estranhar a situação e, afinal, também era eu a causa da estranheza.
Leia a entrevista na íntegra na edição impressa do jornal. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.