1.º de Maio. Isabel Camarinha critica “resposta” dada pelo Governo aos trabalhadores

Para a CGTP, o Executivo “atribui ajudas a quem deveria ser chamado a contribuir e deixa de fora muitos dos que realmente necessitam”.

A secretária-geral da CGTP afirmou, este sábado, na concentração do 1.º de Maio, na Alameda Dom Afonso Henriques em Lisboa, que a pandemia da covid-19 "agravou muitos dos problemas" dos trabalhadores, aproveitando para criticar a “resposta” do governo, que na sua opinião tem sido "desequilibrada".

"Hoje, em 28 localidades de norte a sul do país, nos Açores e na Madeira, os trabalhadores estão a lutar pelos direitos e a dizer não à exploração", disse Isabel Camarinha, perante milhares de manifestantes.

Para a dirigente, a precariedade, o desemprego, os baixos salários e as reduzidas reformas são "realidades que já cá estavam e que se agravaram" e o Governo "atribui ajudas a quem deveria ser chamado a contribuir e deixa de fora muitos dos que realmente necessitam".

"Não estamos todos no mesmo barco", sublinhou, acrescentando que "o aumento geral dos salários, das pensões e do Salário Mínimo Nacional (SMN) são essenciais para garantir uma vida digna a quem trabalha e para garantir o acesso a bens e serviços essenciais que continuam a ser negados a uma parte significativa da população".

Isabel Camarinha defendeu ainda que "o aumento em 90 euros dos salários não só é possível, como é justo e necessário".

Pondo o foco no direito à habitação, a dirigente referiu-se à situação de Odemira, onde o Governo colocou um cerco sanitário em duas freqguesias daquela região do Alentejo, como “uma vergonha”, salientando a falta de condições de alojamento dos imigrantes que trabalham no concelho.

Lembrou ainda que as celebrações do 1.º de maio da CGTP vão continuar, estando previstas várias greves e outras ações dos trabalhadores, dos setores público e privado.

"Não haverá nenhum dia do mês de maio em que não haja trabalhadores em luta", prometeu Isabel Camarinha.