Após uma longa investigação foi finalmente derrubado o Boystown, considerado um dos maiores sites de partilha de imagens de abusos sexuais a menores, sobretudo rapazes, que operava no seio da Dark Web – a parte oculta do iceberg que é a internet, acessível apenas mediante uso de navegadores como o Tor, onde o anonimato é a regra e se compra e vende tudo o que são produtos ilegais. O site tinha mais de 400 mil subscritores, um pouco por todo o mundo, e conseguiu estar ativo pelo menos durante dois anos.
Na operação policial, que envolveu um esforço internacional, entre a Interpol e as agências de segurança da Holanda, Suécia, Austrália, Estados Unidos e Canadá, foram detidos quatro homens alemães, incluindo os administradores do site. São acusados de controlar os seus aspetos técnicos, nomeadamente manter os servidores e oferecer conselhos aos subscritores, sobre como poderiam evitar deteção online pela polícia. Os suspeitos têm idades entre os 40 e 64 anos, tendo um deles sido capturado no Paraguai. Além disso, também foram feitas rusgas a sete propriedades ligadas ao site, em Hamburgo, Renânia do Norte-Vestfália e Bavária.
“O oxigénio para as pessoas que participam na divulgação de fotos e vídeos [de abusos de menores] está cada vez mais rarafeito”, garantiu Eva Kühne-Hörmann, ministra da Justiça do estado alemão de Hesse, onde os suspeitos estão detidos, citada pelo Guardian. Acrescentando que esta operação policial foi “uma fantástica história de sucesso investigativo na luta contra a violência sexualizada contra menores e jovens”.
Contudo, é difícil não pensar que um dos detidos, um dos utilizadores mais prolifero dos site, terá conseguido fazer mais de 3500 posts no site antes de ser capturado – imagine-se a quantidade de sofrimento essas imagens isso representariam. E, por aí, continuam os restantes 400 mil subscritores do Boystown, que deixaram de poder discutir e planear abusos no chat deste website, apelidado como o “Youtube da pedofilia”. Certamente que irão procurar outra plataforma para o fazer.