O primeiro-ministro reconheceu obstáculos à concretização da diretiva sobre o salário mínimo europeu, mas adiantou que a presidência portuguesa está a fazer um trabalho “discreto” e que tentará obter resultados até ao fim de junho. A garantia foi dada por António Costa após a reunião informal de líderes dos 27 Estados-membros da União Europeia, que se realizou no Porto, numa conferência de imprensa conjunta com o presidente do Conselho, Charles Michel, e da Comissão, Ursula von der Leyen.
O primeiro-ministro afirmou que a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia “está na fase do trabalho discreto”. E acrescentou: “Vamos ver se temos bons resultados para partilhar”.
Os partidos de esquerda não pouparam críticas ao encontro e estiverem presentes, no sábado, no desfile convocado pela Confederação Geral dos Trabalhadores e que reuniu milhares de pessoas no percurso entre a Praça do Marquês e a Avenida dos Aliados, no Porto.
No entender de Jerónimo de Sousa, a Cimeira Social da União Europeia (UE) não respondeu às necessidades associadas ao emprego, à valorização dos salários e ao fim da precarização da juventude. De acordo com o secretário-geral do PCP, verificou-se que depois de décadas a proclamar grandes objetivos na União Europeia – como “pleno emprego, erradicação da miséria” -, “a situação é cada vez mais dramática para milhões e milhões não só de portugueses, como à escala da União Europeia”.
Também a coordenadora do BE afirmou existir “outra Europa além daquela que estava na Alfândega do Porto. “Anunciar reduzir 15 milhões de pobres na Europa, enquanto se esconde que se quer manter mais 70 milhões de pobres na Europa não é um avanço, é um retrocesso, é uma resignação”.