John Cena trocou as mãos pelos pés, ou melhor, trocou a ilha de Taiwan por um país numa entrevista promocional para o seu próximo filme. O ator norte-americano pediu desculpa, esta quarta-feira, porém os nacionalistas chineses não estão a perdoá-lo na internet.
Em causa está a entrevista que o lutador profissional deu ao canal de Taiwan TVBS, na qual afirmou que Taiwan era o primeiro “país” a poder ver o Velocidade Furiosa 9, onde Cena entra.
A afirmação do ator gerou um alvoroço na China, que considera Taiwan uma ilha pertencente ao seu território nacional, ainda que funcione como uma entidade política soberana.
"Cometi um erro numa entrevista", disse John Cena em chinês. "Preciso de dizer agora que isso é muito, muito, muito, muito, muito importante. Eu amo e respeito a China e o povo chinês. Eu sinto muito mesmo pelo meu erro", assinalou num vídeo que foi partilhado na rede social chinesa Weibo, correspondente ao Twitter na China.
Não se sabe se o pedido de desculpa de Cena surtiu efeito, uma vez que muitos comentários nas redes sociais chinesas em resposta ao seu vídeo foram negativos.
Apesar de a China reconhecer a sua autonomia, Taiwan continua a reger-se pelas ordens de Pequim, que usa a força como ameaça caso a ilha declare independência.
Já nos Estados Unidos, o pedido de desculpa do lutador profissional foi visto como “patético”, segundo o senador Tom Cotton.
A relação entre os norte-americanos e os chineses é uma linha cada vez mais ténue, que deve ser tratada com uma certa sensibilidade, uma atenção que tem de ser tida em conta por multinacionais ou celebridades que queiram obter acesso ao mercado chinês.
Já existem vários casos onde o estado chinês não perdoou e censurou determinados organismos ou publicações divulgadas nos Estados Unidos.
Como um tweet publicado pelo diretor-geral da equipa de basquetebol da NBA Houston Rockets, Daryl Morey, no qual este apoiava os manifestantes pró-democracia em Hong Kong, a emissora estatal chinesa CCTV decidiu cortar relações com a principal liga do país por um ano.
E também o caso de Chloe Zhao, diretora cinematográfica chinesa que venceu o Óscar este ano, que viu notícias sobre si a serem censuradas em abril no país onde nasceu, devido a declarações feitas há vários anos.