O Presidente da República é da opinião que se deveria ajustar a matriz de risco, base para o plano de desconfinamento, tendo em conta a crescente taxa de imunidade contra a covid-19 da população.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu, esta quarta-feira, após visitar uma exposição no Museu das Artes de Sintra, que os novos casos da doença já não se traduzem num crescimento de internamentos, de doentes em cuidados intensivos ou mesmo óbitos, como aconteceu nos primeiros meses do ano.
Questionado diretamente se considerava que se deveria criar uma nova matriz de risco, que não tivesse apenas em conta o índice de transmissão (RT) e a incidência de novos casos por 100 mil habitantes, o chefe de Estado respondeu prontamente "Eu sempre achei isso, mas sempre respeitei a opinião dos especialistas e a decisão do Governo".
"Aparentemente, há especialistas que, de forma crescente, dizem que é preciso ir começando a repensar, e o Governo também já disse que é preciso estudar e repensar. Por uma razão muito simples: o mundo vai abrir, nós vamos regressando a uma atividade mais normal, mais cedo ou mais tarde", afirmou.
O Presidente admitiu ser expectável "pela circulação das pessoas que vêm de vários espaços, um aumento do número de casos" de infeção "durante um tempo", mas defendeu que "se houver uma taxa de imunidade cá dentro apreciável, há um momento a partir do qual não há razões em termos de vida e de saúde que justifiquem parar a economia e a sociedade indefinidamente".
"A vida tem de continuar, por muito que nós sejamos sensíveis a algumas vidas e alguns casos de saúde que existam, a vida tem de continuar e vai continuar nos próximos meses e nos próximos anos, como aconteceu com outras epidemias, embora não tão duradouras e não tão complexas como esta pandemia", acrescentou.