A presidência portuguesa do Conselho da União Europeia inaugurou, em Sines, o cabo ótico submarino ‘EllaLink’, que liga a Europa à América do Sul e que será “essencial” para a interconexão digital dos continentes. Para António Costa, esta iniciativa mostra a importância desta ligação e classifica a posição geográfica de Portugal como estratégica.
“A ligação deste cabo a Sines é também muito importante e simbólica para um país como Portugal. Todos dizemos que na era digital a desmaterialização do espaço faz com que não haja nem centro nem periferia, é verdade, mas a desmaterialização do espaço não pode prescindir da existência de uma infraestrutura. E nessa infraestrutura, a geografia volta a contar”, referiu o primeiro-ministro
“A nossa posição geográfica fez de nós no passado, faz de nós hoje e fará no futuro, algo que é muito importante, que é sermos uma porta de entrada, um ponto de ligação, uma ponte, um ponto de amarração entre a Europa e os outros continentes. É isso que faz a diferença de Portugal na Europa”, sublinhou o primeiro-ministro. “É podermos fazer esta ligação e esta abertura da Europa aos outros continentes”, concluiu.
António Costa lembra que a presidência portuguesa tinha três prioridades fundamentais: a recuperação económica, a afirmação do pilar dos direitos sociais e a afirmação da autonomia estratégica de uma Europa aberta ao mundo”,acrescentando que se refere a uma “Europa que se abre em conectividade aos outros”, apresentando que “tal como estamos ligados agora por este novo cabo à comunidade cientifica da América Latina, queremos estar ligados, ainda que sem ser por cabo, à comunidade cientifica indiana. A ciência não tem fronteiras, este ano de Covid demonstrou isso”, disse o primeiro-ministro. “Tal como o vírus não tem nacionalidade, a vacina também não tem nacionalidade”, acrescentou.
Além disso, considera que há aqui uma lição a reter: “Esse exemplo que a comunidade cientifica nos deu, de partilhar conhecimento, partilhar dados, de trabalhar em conjunto é isso que inspira precisamente aquilo que este cabo vai tornar possível fazer no dia a dia e no futuro”.
Desenvolvimento tecnológico Também Siza Vieira destacou a posição geográfica de Portugal e a sua relação histórica com o mar, destacando que novamente o país esteja “no coração” deste desenvolvimento tecnológico. No entender do ministro da Economia, esta infraestrutura irá melhorar “a transmissão de dados a alta velocidade entre os dois continentes” e será um instrumento “essencial” no âmbito do programa digital da presidência.
“Queremos proteger mais os consumidores e proteger os direitos fundamentais dos utilizadores ‘online’” lembrando a importância de, neste processo de transformação digital, ao garantir o respeito pelos princípios éticos dos direitos humanos, a soberania dos países, proteger os direitos das crianças e evitar os crimes online.