“É tempo de alguém que tenha responsabilidades naquilo que é o futuro e a gestão do país ter a coragem de tomar uma decisão que todos reclamam: afastar o presidente da autoridade reguladora e de uma vez por todas assumir a liderança do dossier, para que o 5G seja uma realidade”. A garantia foi dada esta quarta-feira por Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, que defende a saída do presidente da Anacom, Cadete de Matos.
O responsável falava à margem da comemoração dos cinco anos da Altice Labs, em Aveiro, e lembrou que o leilão para o 5G “leva já sete meses” e que não desenvolveu mais do que o ponto em que se encontrava em novembro do ano passado. “Portugal é hoje um dos dois países europeus, a par da Lituânia, que não tem 5G ativo e não há perspetivas, pelo que a pergunta de quando é que vamos ter 5G deve ser feita ao regulador”, acrescentou Alexandre Fonseca.
O presidente executivo da operadora falou ainda em relação ao SIRESP que, tal como o i avançou em primeira mão, ainda não tem contrato. “Esperamos que nos próximos dias seja assinado um contrato, mas esse contrato vai ter que passar pelo Tribunal de Contas”, explicou, confirmando a notícia avançada pelo i.
Nesse sentido, Alexandre Fonseca informou que foi pedida uma audiência ao ministro da Administração Interna com caráter de urgência: “Se não houver um enquadramento jurídico ou contratual, a Altice Portugal não poderá operar a rede depois de 30 de junho”.
E acrescentou: “Os ativos da rede SIRESP que não são da Altice já são do Estado desde o dia 1 de dezembro de 2019 e eu não posso, mesmo que queira, por muito interesse público que esteja em cima da mesa, operar algo que não é meu”, disse.