O ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos Armando Vara afirmou, esta quarta-feira, que está de consciência tranquila junto ao tribunal onde começou a ser julgado por um crime de branqueamento de capitais, relacionado com a Operação Marquês, que tem José Sócrates como principal arguido.
No primeiro dia de julgamento, o ex-ministro socialista, atualmente a cumprir pena de prisão mas que saiu em licença precária de três dias, remeteu-se ao silêncio.
Questionado à saída do tribunal sobre o facto de não ter falado em tribunal, Armando Vara disse apenas que é um direito que lhe assiste.
Recorde-se que inicialmente o crime de que o ex-administrador bancário está acusado fazia parte do megaprocesso da Operação Marquês, mas, após a decisão instrutória do juiz Ivo Rosa, a acusação que visa Armando Vara está a ser julgada agora em processo autónomo, tendo o mesmo magistrado considerado que a fraude fiscal, que também era imputada ao antigo ministro, prescreveu.
Em causa está o alegado envolvimento de Vara, em 2006, na qualidade de administrador da CGD, em conseguir financiamento do banco público para o empreendimento de Vale do Lobo, tendo recebido em troca, segundo a acusação do Ministério Público, um milhão de euros.