Carmo Caldeira, presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, que é diretora do serviço de cirurgia do Hospital Dr. Nélio Mendonça, iniciou o seu discurso, na Praça da Autonomia e na Avenida do Mar, no Funchal, a confessar que se sente “mais confortável com o bisturi na mão do que no púlpito”.
Num discurso onde não foi esquecida a necessidade de preservar os oceanos, uma das marcas das comemorações do 10 de Junho, a médica lembrou que é preciso dar resposta a “alterações climáticas, pandemias, atuais e futuras”, lembrando que “vivemos tempos de incerteza em que cada um tem um papel a desempenhar na sua saúde e na dos demais”.
A pandemia de covid-19 não ficou esquecida e a médica lembrou que “vivemos num sobressalto cujo horizonte só agora vislumbramos”. Carmo Caldeira lembra que “somos audazes” e que se celebra Portugal quando se faz “o que está certo”.
“A crise pandémica veio reforçar a importância do conhecimento”, considerou, lembrando a imunologista Maria de Sousa, que morreu vítima de covid-19.
"As pandemias desequilibram as sociedades", mas é necessário garantir "a gestão, a logística e a comunicação" das autoridades, destacou, sublinhando o papel das Forças Armadas nesta crise.
“A pandemia para além das vítimas causadas a que presto a minha pública homenagem suspendeu as nossas vidas”, disse, frisando depois o trabalho desenvolvido pelos profissionais de saúde e considerando que este representa o que de melhor Portugal possui.
“Viver e trabalhar nesta tormenta representa suor, resistência, horas de sono adiadas e a esperança de que todos respeitem o enorme esforço entretanto despendido”, afirmou, pedindo zelo, reflexão e que não se desanime.
Carmo Caldeira exortou ainda o Governo a criar programas de sustentabilidade para a saúde. "É absolutamente urgente programas que conduzam à sustentabilidade na Saúde, Segurança Social e Planeta", defendeu.
Nas Comemorações do 10 de Junho na Madeira estiveram presentes 139 convidados e 153 militares.