António Costa: “A Câmara de Lisboa não é um centro de espionagem da Rússia”

Durante o período em que liderou a câmara da capital portuguesa, “a competência foi mal transferida para as câmaras municipais” e António Costa assumiu que “nunca ninguém” o colocou nesse problema.

Mesmo com a sua presença na reunião da Cimeira da NATO em Bruxelas, António Costa voltou a ser questionado, esta segunda-feira, sobre a alegada troca de informações entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Rússia.

"Não havia delação por parte da Câmara de Lisboa de ativistas russos, de denúncia às autoridades russas, como se a Câmara Municipal de Lisboa fosse uma espécie de centro de espionagem do senhor Putin", afirmou o primeiro-ministro, ao reiterar que “é muito claro que não havia uma prática de colaboração da Câmara perseguição e identificação de ativistas e oposicionistas russos”.

O antigo presidente da Câmara de Lisboa disse que "obviamente qualquer violação da proteção de dados é grave", ao reforçar que, “felizmente foi aberta uma auditoria pelo presidente da Câmara de Lisboa e foi aberta uma auditoria pela autoridade competente em Portugal que é a comissão nacional de proteção de dados”.

Já no período em que foi presidente da Câmara, o líder do executivo confessou que não sabe “francamente” o que dizer.

António Costa disse que nunca soube de nenhum problema durante 2007 e 2012, ao indicar que “a competência não era da Câmara, era exclusivamente dos governos civis”.

Durante o período em que liderou a câmara da capital portuguesa, “a competência foi mal transferida para as câmaras municipais” e Costa assumiu que “nunca ninguém” lhe colocou esse problema. “Portanto, não sei se ocorreu, se não ocorreu", acrescentou.

Quanto à realização da cimeira da NATO, António Costa assinalou que o encontro teve “um duplo sinal importante”, ao contar com regresso da América “ao Coração da NATO” e com a “reafirmação do Reino Unido com parte integrante da NATO”, ainda que tenha saído da União Europeia.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, marcou presença na cimeira, porém não irá, por enquanto, visitar Portugal. António Costa disse que esta “não era altura de convites”, mas sim no momento para nos “concentrarmos nesta cimeira que, aliás, teve um tempo de duração reduzido”.