Rui Moreira apresentou ontem, no Pavilhão Rosa Mota, a sua recandidatura à Câmara do Porto pela associação cívica “Porto, o Nosso Movimento”. A candidatura, independente, havia já sido confirmada no domingo e contará com o apoio da Iniciativa Liberal, CDS-PP, Nós! Cidadãos e MAIS.
A apresentação contou com 400 convidados – devidamente afastados e de acordo com as regras da DGS – e pautou-se por um discurso que deixou clara a separação entre “nós” e “eles”, dando assim músculo ao bairrismo que é marca d’água do autarca portuense: “Sempre nos focámos num Porto independente das ideologias, independente dos protagonistas partidários e independente das agendas centralistas que recorrentemente nos querem impor”, afirmou Rui Moreira. Seguiu em crítica ao centralismo lisboeta, apontando, mais uma vez – aqui, recorde-se o seu discurso emocionado quando soube que iria a tribunal pela Selminho – que o seu “caminho incomodou muita gente”, em especial aqueles que “continuam a trocar o Porto pelo Terreiro do paço, ao ponto de não terem descansado enquanto não criaram um lei para nos impedir de voltar a usar o lema ‘O Nosso partido é o Porto’, no que pareceu uma bicada a Rio e ao PSD.
Seguindo uma linha de contínuo recurso a frases identitárias da cidade a que preside, Moreira mencionou ainda as “contas à moda do Porto”, recordando aos portuenses o facto de, em 2019, ter terminado o ano sem dívida municipal. Algo só possível, explica, por a sua autarquia se ter comportado como “formiga e não cigarra”, o suficiente para “fazer frente a este inverno pandémico”. Relativamente a investimento privado, Moreira garantiu que a cidade teve “o maior de sempre”, assim como também “protagonizou o maior investimento público de toda a sua história”.
Com vontade de ir para a rua reconquistar o Porto, Moreira explicou que vencer as eleições significaria “concluir os projetos que a pandemia atrasou”, apontando novamente o dedo aos adversários. Afirma acreditar que esta campanha será “diferente das outras”, não obstante estar certo de que “a política rasteira e infame nunca chegará ao Porto, mas sim zumbirá de outros poleiros”. Através do “debate aberto e positivo”, acredita poder encontrar o caminho para poder construir “uma cidade cada vez mais independente, livre, economicamente forte, criadora de emprego e riqueza, vibrante e sustentada.”
Não esquecendo os que o acompanharam, Moreira levantou ainda uma enorme ovação dirigida a Nuno Ortigão, presidente da Junta de Freguesia da Foz do Douro, Aldoar e Nevogilde, que recentemente perdeu a vida para o cancro.
Terminou despedindo-se da plateia e alçando a voz àquele que será um dos lemas da sua campanha: “Aqui há Porto, hoje e sempre”.