O balanço de doentes internados nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde com covid-19 supera o que se registava em junho de 2020, com o verão a arrancar com a pandemia a representar mais necessidades de acompanhamento tanto a nível hospitalar como nos cuidados primários – ao nível do que acontecia no outono do ano passado. Este domingo voltaram a ser mais de 500 doentes internados, dos quais 115 em unidades de cuidados intensivos. Um balanço que ultrapassa quer nos doentes internados em enfermaria como nos que precisam de cuidados de suporte de vida o que se registava há um ano: no final de junho de 2020 estavam internados nos hospitais 491 doentes, 75 em cuidados intensivos, menos 40 do que atualmente. Em enfermaria as necessidades viriam também a aumentar ligeiramente, mas só no fim de setembro é que o país voltou a ter mais de 100 doentes críticos com covid-19 nos hospitais.
Tal como acontecia há um ano, quando depois do desconfinamento as infeções aumentaram inicialmente na Área Metropolitana de Lisboa, é na região de Lisboa e Vale do Tejo que se registam a maioria dos internamentos. Segundo o i apurou, Lisboa voltou a passar no fim de semana os 300 doentes hospitalizados, de novo mais de 70 em cuidados intensivos. São menos doentes internados em enfermaria do que havia em junho do ano passado mais uma dezena em UCI. Habitualmente ao fim de semana são dadas menos altas, pelo que a evolução dos internamentos será mais consolidada ao longo da semana.
A incidência de novos casos a nível nacional é três vezes superior à que se registava no ano passado por esta altura (48 casos por 100 mil habitantes), com o país a testar mais agora. Face ao número de diagnósticos, são proporcionalmente menos doentes internados e agora com maior peso de faixas etárias mais novas, o que será explicado pelo impacto da vacinação na proteção de doença grave, mas mantendo-se a tendência de aumento de hospitalizações casos os hospitais poderão voltar aos níveis do outono durante o verão. E são agora praticamente dobro de há um mês: em maio, os internamentos chegaram a reduzir para pouco mais de 200, com um mínimo de 50 doentes em UCI, um balanço que agora é o dobro.
Até ao momento os hospitais não tiveram de suspender atividade não covid mas nos centros de saúde a estimativa é que 25% do tempo dos médicos de família continue dedicado à covid-19 e as necessidades de acompanhamento voltam a aumentar. Há um ano havia 31 299 contactos em vigilância e são atualmente mais de 50 mil, além de 32 mil casos ativos, a maioria a ser seguidos no domicílio pelos médicos de família, com prejuízo da atividade dos cuidados primários. Há um ano, mesmo com a alta a ser dada apenas após teste negativo, o que hoje acontece nos casos assintomáticos ou ligeiros ao fim de 10 dias, havia no final de junho 13 mil casos ativos no país.