A Altice Portugal e o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC) vão lançar, esta semana, um projeto-piloto inédito de telemonitorização dedicado a doentes com sequelas da covid-19. Fadiga, dispneia, desconforto torácico e tosse são alguns dos sintomas que os doentes infetados pela covid-19 mantêm após o diagnóstico. O projeto “visa proporcionar uma experiência diferenciadora na área da monitorização remota, permitindo a doentes que foram infetados por SARS-CoV-2 a otimização de ganhos de saúde, promoção da reabilitação e devolução da sua autonomia”, revela a operadora.
Com a telemedicina a adquirir enorme relevância e crescente importância no ecossistema da saúde ao serviço de cuidados de proximidade, contribuindo para um acompanhamento contínuo dos doentes, a telemonitorização vem possibilitar o acompanhamento permanente e dar resposta à necessidade de monitorizar os sintomas relacionados com a covid-19.
Este projeto é suportado na solução SmartAL da Altice Portugal, enquanto ferramenta de ambiente assistido e sistema focado na gestão da saúde e no apoio social. A solução SmartAL permite o acompanhamento de doentes à distância, 24h/7, quer através da monitorização remota de sinais vitais, quer apoiando o utente na sua rotina de atividades diárias relacionadas com a saúde, o bem-estar e a segurança.
O atual momento fica marcado como um impulsionador da digitalização da saúde, conduzindo ao desenvolvimento de novas tecnologias e ferramentas. A integração da tecnologia 5G será uma realidade numa 2.ª fase do projeto. Com as suas capacidades de ligação ultrarrápidas e uma latência quase inexistente, a tecnologia 5G vai contribuir para avaliação, diagnóstico e tratamento à distância, recorrendo a uma observação remota ‘instantânea’, ao possibilitar a transmissão de imagem e dados biométricos em tempo real.
Este projeto-piloto pretende validar a implementação de uma solução tecnológica em contexto real, avaliar os impactos positivos da solução no acompanhamento dos doentes e criar um exemplo replicável para outras patologias ou unidades de saúde, com divulgação das métricas e resultados atingidos no projeto-piloto.
A presidente do Conselho de Administração do CHULC garante que «a necessidade de tratar essas pessoas e de tratá-las de uma maneira integrada e multidisciplinar, porque essas sequelas não têm só a ver com a parte pulmonar, pode ter a ver com a parte cardíaca, com a própria postura, com a parte psicológica, enfim». Nesse sentido, Rosa Valente Matos lembra que, por isso, «esta clínica pós-covid tem exatamente essa abordagem, uma abordagem multidisciplinar, onde efetivamente o doente é visto de uma forma abrangente e a resposta é dada também para as suas necessidades e para que a sua qualidade de vida possa ser cada vez melhor».
Para a responsável, não há dúvidas que esta parceria «é extremamente virtuosa, porque é uma parceria entre os profissionais do sistema hospitalar, a Altice e também o próprio doente/utente, o que vai permitir que o doente possa ser monitorizado na sua casa, ou seja, em termos de oxigénio, do número de passos que dá, de como está e deste lado os nosso profissionais podem ir acompanhando através de uma plataforma, que permite que o doente esteja na sua casa, esteja com a sua família, possa fazer a sua vida e ao mesmo tempo sabe que está a ser acompanhado pelos profissionais de saúde, que logo que haja um alerta ou haja uma situação mais complexa, tem uma resposta atempada para eles».
Rosa Valente Matos diz que este projeto é «uma mais-valia, é o futuro, é assim que devemos cada vez mais caminhar em termos do Serviço Nacional de Saúde e do Sistema Nacional de Saúde, para que os nossos doentes possam ser cuidados com mais efetividade e com mais qualidade».
Tecnologia e saúde
O presidente executivo da Altice Portugal explica que este piloto junta dois vetores muito importantes para a empresa e acrescenta: «Arrisco-me a dizer que são dois pilares e dois vetores muito importantes para o desenvolvimento das sociedades modernas: a tecnologia e a saúde», diz Alexandre Fonseca ao defender que este piloto surge exatamente nesse contexto, «num contexto de integração da tecnologia nos processos de saúde e vemos aqui que esta introdução desta tecnologia, do Smart Assisted Living», uma plataforma da Altice Labs, desenvolvida em Portugal, em conjunção com os equipamentos, os dispositivos que vão permitir fazer a medição de sinais que são importantes, destes pacientes pós-covid, utilizarmos esta plataforma e este ecossistema para acima de tudo melhorar a interação entre o serviço de saúde e os utentes, lembra o CEO da operadora.
Alexandre Fonseca diz ainda que, com o fornecimento dos oxímetros, dos equipamentos que vão estar com os pacientes, são 10 pacientes, durante os primeiros seis meses que este piloto irá decorrer, «mas acima de tudo a plataforma que vimos, a plataforma Smart Assisted Living, que é ao fim ao cabo o centro nevrálgico onde a interação entre os doentes e o corpo clínico e o corpo de enfermagem vai efetivamente acontecer, é através dessa plataforma».
É, portanto, a partir daqui, que os dados vão ser recolhidos, serão analisados e os alertas vão ser também irão ser analisados, enquanto as ações corretivas podem ser implementadas. «É estabelecida a comunicação com os doentes. E o centro de todo este serviço é esta plataforma do Smart Assisted Living, que é obviamente um contributo da Altice Portugal, porque é nossa, está disponível no mercado, em tantos clientes, mas é o centro desta atividade», finaliza.