O Conselho do Comércio, Serviços e Consumo da CIP propôs ao Governo cinco medidas que ajudam a controlar a epidemia “e que não destroem as empresas, como está a acontecer com as medidas atualmente em vigor”.
Uma das medidas está relacionada com a matriz de risco. Defende a CIP que “as medidas adotadas pelo Governo baseiam-se em critérios e informação que nem sempre têm aderência à realidade, como é o caso da matriz de risco que, ao não considerar o efeito da vacinação, distorce os resultados, levando a que o Governo tome medidas inadequadas à realidade”.
Por isso, a CIP sugere que se proceda ao reajustamento da matriz de risco. O objetivo é que esta “passe a considerar o impacto da vacinação na evolução da situação pandémica em cada momento, nomeadamente em termos de letalidade e pressão sobre o sistema de saúde”.
A segunda medida está relacionada com horários dos estabelecimentos. Uma vez que já existe uma “elevada percentagem” de pessoas vacinadas, “justifica-se o levantamento gradual das restrições à atividade económica e à mobilidade da população, impostas pelo Governo”. E, por isso, a CIP propõe o levantamento das restrições aos horários de encerramento dos estabelecimentos e circulação das pessoas, “o que contribui também para uma maior dispersão das pessoas e um maior distanciamento social”.
No que diz respeito à testagem, a CIP recorda que “o Governo tem vindo a aumentar a capacidade de testagem à população” só que “não têm utilizado a estratégia mais adequada e assertiva”. “Em relação às regras de acesso aos espaços da restauração, as próximas semanas mostrarão, certamente, que foram contraproducentes”, diz a CIP, dando como exemplo a testagem à porta dos estabelecimentos.
E acrescenta: “Esta medida é de difícil aplicabilidade, levanta questões em termos de validação e certificação dos resultados dos testes e é contrária a normas legais relativas ao local de aquisição e realização dos autotestes”, diz a CIP que diz que a medida deverá ser “eliminada”.
A confederação pede ainda a “revisão do conceito e das condições em que se aplica o isolamento profilático”, lembrando que pessoas com a vacinação completa têm estado em isolamento profilático o que “tem um impacto negativo ao nível da credibilidade das vacinas, levando ao descrédito total na vacinação, com consequências devastadoras para a economia e para o combate à pandemia.”
Por último, destaque para o rácio nos espaços comerciais que “não acompanhe as restantes medidas de desconfinamento”. Manter este rácio “está a ter um enorme impacto no retalho especializado e nas lojas de menor dimensão, em segmentos como vestuário, eletrónica de consumo, calçado, entre outros, mantendo-se a existência de filas à porta das lojas, quando estes espaços têm todas as condições para receber mais pessoas, em total segurança”.
A CIP considera então que “este rácio de concentração por m2 deve ser eliminado ou, no mínimo, aumentado”.