Por Teresa Candeias, Diretora da Licenciatura em Gestão da Universidade Lusófona do Porto
O contexto competitivo e de rápidas e profundas alterações, agravado pela pandemia, trouxe enormes desafios às organizações, obrigando-as a empreenderem ações que lhes permitissem responder aos mesmos. Assim, a pandemia despoletou nalguns casos e acelerou noutros a implementação de um conjunto de mudanças nas organizações que se traduziram na alteração da sua estratégia, da sua estrutura ou dos seus processos de forma a garantirem a sua competitividade.
Esta situação permitiu acentuar a importância da mudança nas organizações, independentemente de estas pertencerem ao setor público, privado ou ao terceiro setor. Ora pode entender-se mudança organizacional como toda e qualquer alteração, planeada ou não, em qualquer das componentes organizacionais ou nas relações desenvolvidas entre a organização e o meio ambiente capazes de originar resultados significativos, positivos ou negativos, na eficiência, eficácia ou sustentabilidade da mesma.
No setor privado, muitas delas responderam às dificuldades colocadas pela pandemia através do desenvolvimento de novos produtos, serviços e/ou modelos de negócio adaptando-se à alteração das necessidades dos seus clientes. Outro exemplo, foi a existência de uma enorme transformação nos modelos de trabalho.
No entanto, a necessidade de implementar mudanças não se limita às organizações do setor privado. A crescente procura de serviços públicos com qualidade pressiona as instituições públicas a empreenderam mudanças que se traduzam no fornecimento de novos serviços ou numa melhoria significativa dos já existentes. Para além disso, a necessidade de aumentar a eficiência na prestação de serviços públicos implica, necessariamente, uma transformação profunda nas organizações públicas.
Na verdade, e independentemente do setor em que elas atuem, no atual cenário de permanente alteração e incerta do contexto, a capacidade de concretizar mudanças consideráveis num curto espaço de tempo constitui uma vantagem competitiva pelo que a flexibilidade, a agilidade e a capacidade de adaptação são fundamentais numa organização, devendo fazer parte do seu dia a dia.
No entanto, a sua implementação enfrenta alguns entraves como a existência de processos de decisão suportados em procedimentos excessivamente burocratizados e hierarquizados, a dificuldade de partilha de informação dentro da organização, a falta de investimento em inovação ou alguma relutância dentro da organização às transformações propostas.
Independentemente de as organizações serem públicas ou privadas e dos entraves com que se deparem, urge mudar.