O aquecimento global está a provocar fenómenos inéditos no Planeta Terra, que estão a deixar investigadores e especialistas com água pela barba para encontrar soluções para este problema.
O Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, usou drones para criar chuva «artificial». Nesta região, onde as temperaturas têm alcançado os 50ºC, estes instrumentos foram utilizados para libertar cargas elétricas nas nuvens fazendo com que se agrupassem e formassem precipitação.
Mas nem todos tem solução para este inesperado calor. Na Sibéria vive-se uma onda de calor que já dura há meses, quase fazendo esquecer as temperaturas negativas que costumam imperar nesta região de rigorosos invernos. A província russa tem sido devastada por inúmeros incêndios florestais, que já consumiram cerca de 19 milhões de hectares entre janeiro e julho, segundo dados partilhados pela organização ambientalista Greenpeace.
A Rússia está a ter grandes dificuldades em lidar com os incêndios florestais, que já atingiram mais de um milhão de hectares e ainda existem mais de 300 focos ativos, a maioria em Yakutia, no Extremo Oriente, segundo as autoridades.
Na Finlândia, da «Terra do Pai Natal», a Lapónia, foram registadas temperaturas entre os 25.ºC e os 30.ºC e os meteorologistas acreditam que as temperaturas podem ainda continuar a subir e a esmagar os anteriores recordes.
Na Lapónia, onde a principal atração turística são os seus temas natalícios, registou durante o início do mês temperaturas que chegaram 34.ºC. Uma equipa de turismo local, vestida como Pai Natal e duendes, publicou no Instagram uma foto onde estes personagens surgiam ao lado do termómetro que indicava este calor abrasador, partilhou a BBC.
Nos Estados Unidos, apesar da época de incêndios ter acabado de começar, estes já destruíram centenas de milhar de hectares no Oeste do país. Tal como no Canadá, também a braços com uma seca alarmante.
Estes fenómenos de calor intenso ocorrem ao mesmo tempo em que cheias provocaram a morte de centenas de pessoas na Alemanha e na Bélgica e o presidente da Associação Zero, Francisco Ferreira, explicou ao Nascer do SOL que existe uma ligação direta: «Há uma relação entre os fenómenos com as elevadas temperaturas em zonas próximas conduzirem à formação de massas de ar muito húmidas com as consequências que depois constatamos na Alemanha, Bélgica e Holanda. Realmente o clima está a mudar e infelizmente estamos a bater recordes de temperatura também em zonas do Canadá e no Ártico nos últimos anos».
O Canadá registou uma onda de calor que esteve na origem da morte súbita de cerca de 500 pessoas e de mais de mil milhões de seres vivos marinhos – sobretudo mexilhões, ameijoas, estrelas do mar e ostras – além dos já referidos incêndios florestais e de inundações no oeste do país.
«Temos provas de que o aquecimento global é real. Infelizmente, já o vivemos, não é o futuro. Está aqui. Por isso espero que as pessoas se preparem, pois é provável que o vejamos com mais frequência», explicou Natalie Hasell, meteorologista do Ministério do Ambiente e Alterações Climáticas do Canadá, em declarações à estação de televisão local CTV.