Protestos contra restrições à volta do mundo

França, Itália, Reino Unido, Grécia e Austrália foram palco de manifestações contra as medidas de contenção para a pandemia.

Enquanto Governos à volta do globo tentam imunizar a sua população da forma mais eficaz possível e lançar novas medidas de restrição para controlar a propagação das novas variantes, milhares de pessoas de países como a Austrália, Reino Unido, França ou Itália, deslocaram-se para a rua para protestar  contra as restrições e a demora no regresso à normalidade.

Em França, as ruas encheram-se com milhares de manifestantes que gritavam palavras de ordem como “liberdade” ou “Macron tirano” e condenavam as novas medidas de contenção, nomeadamente a decisão de tornar obrigatória a vacinação contra a covid-19 para médicos e enfermeiros e outros profissionais que trabalham em hospitais e lares de idosos e a aprovação do passe sanitário.

O Senado francês aprovou na madrugada de domingo o passe sanitário, mas com modificações, como a isenção para menores e nas esplanadas de bares e restaurantes.

Apesar destas medidas terem sido aprovadas pela maioria da população, de acordo com sondagens realizadas pelo governo, mesmo assim cerca de 11 mil manifestantes ocuparam as ruas na capital, Paris, e cerca de 150 mil em mais cerca de uma centena de cidades.

Também em Itália, o passe sanitário foi motivo para milhares de pessoas se deslocarem às ruas para protestar a obrigatoriedade deste documento que será necessário para aceder a espaços de lazer fechados, como cafés, restaurantes, piscinas, ginásios, museus, cinemas, teatros e salas de jogo.

No Reino Unido, o motivo que levou centenas de pessoas para as ruas foi a aplicação de rastreamento que tem limitado as movimentações dos habitantes deste país, uma vez que, no espaço de uma semana, recomendou que mais de 600 mil pessoas se isolassem.

O prolongamento do confinamento foi a razão que levou cerca de mil manifestantes a protestarem em Sydney, a cidade mais populosa da Austrália. Protestos que terminaram em confrontos violentos e num número indeterminado de pessoas detidas, uma vez que estavam a violar a obrigação de permanecer em casa.

Atenas, capital da Grécia, também foi palco de protestos, com cerca de 4 mil manifestantes a protestarem contra as novas restrições que tinham como objetivo controlar o ressurgimento de casos neste país. Estes protestos também terminaram em violência, com a polícia a utilizar gás lacrimogéneo e canhões de água.

 

Dificuldade em vacinar

O ceticismo da população em relação à campanha de vacinação está a ser uma das maiores dificuldades dos Governos para avançar com a imunização da população para os patamares pretendidos. Os Estados Unidos são um dos países que mais está a ser afetado pela “pandemia dos não vacinados”, designação que está a ser atribuída ao fenómeno de ressurgimento da pandemia devido à estagnação do processo de vacinação.

Têm sido registados diversos surtos, especialmente em estados que possuem taxas de vacinação mais baixas, nomeadamente Arkansas, Louisiana, Missouri e o Nevada.  “Estamos a ver surtos em partes do país que têm taxas de vacinação baixas porque as pessoas que não foram vacinadas estão em risco. As comunidades que completaram a vacinação estão, de forma geral, a passar bem”, esclareceu a diretora do Centro de Prevenção e Controlo de Doenças, Rochelle Walensky.