Já está disponível o autoagendamento da vacina contra a covid-19 para jovens com 16 ou mais anos. O serviço que permite aos adolescentes autoagendarem a toma da primeira dose contra a o vírus SARS-CoV-2 ficou disponível no site da Direção-Geral da Saúde (DGS) durante a madrugada desta terça-feira.
A task-force nacional de vacinação confirmou ao i que, embora ainda não tenha sido publicada a orientação final da Direção Geral da Saúde sobre vacinação de jovens dos 12 aos 15 anos, está fechado o arranque da vacinação dos adolescentes mais velhos para o fim de semana de 14 e 15 de agosto.
A expectativa é vacinar num único fim de semana todos os jovens de 16 e 17 anos, adiantou ao i a mesma fonte. São cerca de 212 mil jovens com estas idades elegíveis para vacinação em todo o país, que poderão selecionar o local de vacinação no momento de pedido de agendamento, como tem acontecido com os adultos.
Os fins de semana de agosto daí em diante estarão integralmente reservados para a vacinação dos mais jovens, adiantou também ao i a task-force, iniciando-se no fim de semana de 21 e 22 de agosto a vacinação de jovens entre os 12 e 15 anos. Aqui residem ainda ainda algumas dúvidas: numa conferência de imprensa na sexta-feira passada, a Direção Geral da Saúde anunciou que para já está recomendada a vacinação de jovens nestas idades com comorbilidades, mas admitiu também que qualquer jovem dos 12 aos 15 possa ser vacinado se tiver prescrição médica. Três dias depois não foi no entanto publicada qualquer norma que liste as doenças de risco prévias mediante as quais os jovens têm a vacina recomendada nem a posição final da autoridade de saúde sobre a vacinação de crianças saudáveis, que tem dividido a comunidade científica e médica.
Ao que o i apurou, a lista de doenças ainda estava ontem a ser consensualizada, trabalhando-se numa relação de fatores de risco em linha com a que foi adotada em países como o Reino Unido: foram incluídos nos grupos prioritários de vacinação adolescentes com doenças neurológicas graves, como paralisia cerebral, autismo ou epilepsia, síndrome de down e com problemas graves de imunodepressão, incluindo doenças do foro oncológico.
Quanto à vacinação de crianças saudáveis, que no fim de semana gerou polémica depois de o Presidente da República ter dito que os pais teriam liberdade de escolha, a posição da DGS coloca a decisão dependente de prescrição médica, o que a Ordem dos Médicos ontem recusou, classificando-a de incoerente e alertando para o risco de se criar desigualdades entre as famílias (ver ao lado).
Ao i, a task-force de vacinação indicou estar a aguardar a publicação da norma e também a decisão sobre se será ou não encurtado o intervalo entre as duas doses da vacina da Pfizer/BioNtech (uma das que está autorizada a nível europeu para ser dada a crianças com mais de 12 anos) de 28 para 21 dias. No planeamento da vacinação, a equipa liderada pelo vice-almirante Gouveia e Melo prevê que, caso venha a ocorrer esse encurtamento, os jovens que façam a primeira dose da vacina nos fins de semana de 14 e 15, 21 e 22 e 28 e 29 de agosto possam receber a segunda dose da vacina a tempo do regresso às aulas.
A abertura do ano letivo está agendada para a semana de 14 a 17 de setembro. Os jovens que recebam a primeira dose da vacina no domingo 29 de agosto, o último dia previsto para a administração das primeiras doses aos mais novos, estariam assim a completar o esquema vacinal no fim de semana de 11 e 12 de setembro, imediatamente antes da reabertura do ano escolar. Caso se mantenha o atual intervalo, a vacinação dos jovens fica concluída a 19 de setembro.