Depois da apresentação de lucros de 137,7 milhões no primeiro semestre pode-se entender como uma viragem de página na história do banco?
O momento de viragem de pagina foi o final do ano 2020. No quadro do acordo entre o Estado e a Comissão Europeia, o Novo Banco teria de ter a restruturação terminada em final desse ano. Não foi fácil em contexto de pandemia mas conseguimos. E conseguimos sem qualquer desvio material face ao Plano fixado em 2017. Tivemos menos 56 milhões em perdas dos ativos protegidos (em 3.297 mil milhões previstos) e pedimos para efeito de capitalização mais 269 milhões do que o previsto no cenário base (em 3. 305 mil milhões), que se justificou pelo facto de o banco ter feito 268 milhões de provisões para a covid. O plano fixado nesse acordo soberano foi rigorosamente cumprido. Esse rigor é o que nos permitiu uma restruturação sem paralelo em Portugal e com pouco paralelo na Europa.
Sete anos depois da resolução era expectável que o Novo Banco divulgasse resulltados positivos mais cedo?
O ano de 2021 era por isso o primeiro ano de recuperação com resultados positivos e crescimento de negócio. Era isso que estava previsto e é isso que estamos a assistir. Também aqui a pandemia nos desafia mas, mais uma vez, não nos vamos desviar um centímetro dos nossos objetivos.
Qual o desafio que o Novo Banco tem pela frente?
O principal desafio para o Novo Banco é criar valor para os seus acionistas e sobretudo criar valor para Portugal. Ninguém nos substituiu no papel de banco de empresas. Fechada a restruturação é altura de nos concentrarmos com a mesma ‘gana’ no apoio à economia portuguesa. Após sete anos de sobrevivência e restruturação é altura de um novo ciclo de crescimento e rentabilidade.