Aproximadamente 20 ativistas pela defesa dos direitos dos animais concentraram-se este domingo frente ao parque aquático Zoomarine, no Algarve, em protesto contra a utilização de animais em espetáculos de diversão humana. O protesto, que está a ocorrer na entrada principal do parque aquático, na Guia, em Albufeira, que consiste numa vigília pacífica até às 19h30 para sensibilizar os visitantes e a população em geral para este problema, foi preparado pelas organizações de defesa dos animais Animal Save Portugal, Animal Save and Recue Portugal e Empty the Tanks.
Francisco Brandão explicou à agência Lusa o protesto e tem "obtido algum apoio, quer de alguns visitantes que manifestam a sua concordância, quer de automobilistas que passam junto ao parque e apitam para manifestar a sua oposição a este tipo de espetáculo". Outro dos elementos do grupo, Fernando Roneberg, biólogo marinho, que agora trabalha com a organização Empty The Tanks, esclareceu que é "necessário acabar com o mito de que estes animais que nascem em cativeiros não podem voltar à natureza". "A Experiência da Empty the Tanks e do The Dolphin Project, que já conta com 50 anos de trabalho nesta área, demonstra o contrário, porque podem ser criados santuários para estes animais e os mais jove ns têm uma capacidade de aprendizagem que dá garantias de que isso pode ser feito", disse.
"Com a pandemia do ano passado, todos nós experienciámos um período de confinamento e sabe-se que este facto acabou por ter repercussões no ser humano, psicológica e/ou fisicamente. Estivemos sujeitos, apenas durante breves meses, àquilo a que estes animais passam durante a sua vida inteira", explicou ontem a Animal Save and Care Portugal, em comunicado enviado aos órgãos de informação. "Há casos de animais em parques aquáticos cuja morte foi considerada suicídio, por causa dos comportamentos que demonstraram. Exploramos animais inteligentes, sociáveis e dóceis para nosso regozijo, mostrando um total desrespeito pela vida selvagem. No mundo, mais de 300 golfinhos e baleias, 40 orcas e 400 pinípedes (focas, leões marinhos e morsas) já morreram em parques aquáticos, e este número de mortes continua a aumentar", avançou a organização.