O coordenador da task-force de vacinação contra a covid-19 em Portugal, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, revelou, esta quarta-feira, que Portugal já ultrapassou os 81% de população vacinada com a primeira dose e que a meta dos 85% deverá ser alcançada já na próxima semana.
“Já vacinámos mais de 80% da nossa população, quando outros países mais ricos, com mais capacidades não o conseguiram fazer. Nós somos um povo extraordinário, esclarecido, que tem um saber e uma cultura muito enraizada e estou convencido que vamos encurralar o vírus e tirar-lhe toda a capacidade de manobra, toda a água para ele nadar”, afirmou Gouveia e Melo, que falava aos jornalistas à margem de uma visita ao centro de vacinação da Guarda.
“Vacinámos 81.6% da população [com a primeira dose da vacina], no fim desta semana chegaremos aos 83/84%, na próxima semana atingiremos, com a ajuda dos portugueses, 85 ou 86% de vacinados com a primeira dose. E o processo em termos de primeiras doses está completo, depois é o processo de segundas. Foram os portugueses que conseguiram isto”, especificou.
“Não vamos de férias para não dar férias ao vírus”, acrescentou ainda.
O coordenador da task-force, que tem sido amplamente elogiado, aproveitou o momento para agradecer a todos os envolvidos no processo de vacinação.
“Às vezes sou elogiado e acho que são elogios a mais porque, na verdade, foi o sistema. Eu fui o reagente que ajudou o sistema”, destacou.
Questionado sobre a necessidade de manter a task-force para administrar possíveis doses de reforço da vacina, Gouveia e Melo considera que o processo é concretizável nos centros de saúde.
“A Direção-Geral da Saúde (DGS) elencou um conjunto de pessoas que, graças às suas características, de frangibilidade relativamente ao sistema imunitário, devem ter dose adicional. Esse processo está a decorrer”, indicou, explicando que, segundo a sua estimativa, haverá cerca de 100 mil pessoas para receber um reforço vacinal, caso este seja aprovado, e “não é preciso uma task-force para vacinar 100 mil pessoas”. “O sistema de saúde tem capacidade”, indicou, lembrando que “vacina dois milhões de pessoas no inverno” todos os anos.
O responsável falou ainda sobre o facto de a vacinação nos dias 9 e 10 de agosto no Queimódromo do Porto ter sido considerada válida, depois de uma falha na cadeia de refrigeração, e disse estar “muito contente” com este desfecho.
Gouveia e Melo não adiantou, contudo, se o centro de vacinação em questão irá reabrir.