Enquanto a tensão entre Israel e a Palestina volta a aquecer, com novos confrontos entre os dois rivais, o novo primeiro-ministro israelita, Naftali Benett, viajou, na quarta-feira, para Washington, para uma reunião com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de reafirmação e reforço da aliança entre os dois países.
Esta é a primeira viagem oficial de Benett, desde que assumiu o cargo, contudo, apesar da reunião, que deveria ter acontecido na quinta-feira, ter sido adiada depois das explosões no aeroporto de Cabul e ainda não ter nova data para, este atraso não deve mudar os tópicos de conversa e os objetivos de ambos os líderes políticos.
O primeiro-ministro israelita pretende abordar as medidas para «deter o plano nuclear iraniano», a principal questão que os divide, já que Biden pretende salvar o acordo nuclear assinado entre a comunidade internacional e Teerão, em 2015, acordo que foi enterrado durante o mandato do ex-Presidente Donald Trump.
Benet vai apresentar a Biden um novo plano estratégico para parar o programa nuclear iraniano sem a necessidade de assinar qualquer acordo. Israel considera o Irão o seu principal inimigo na região, encara-o como uma ameaça existencial e acusa o regime iraniano de ter planos para obter armamento nuclear.
Ressurgimento das tensões com a Palestina
Um outro assunto que divide Biden e Benett e que também será discutido é o das relações entre Israel e a Palestina. O Presidente Biden vê como melhor resolução deste conflito a criação de dois Estados, uma ideia rejeitada pelo Governo israelita.
O atual Executivo israelita não mudou a linha seguida por Netanyahu com os palestinianos e, apesar de Biden estar a ser fortemente pressionado pela ala esquerda do Senado para condenar os atos de Telavive, ainda nesta quinta-feira o secretário de Estado americano, Antony Blinken, garantiu que o compromisso dos Estados Unidos relativamente à segurança de Israel é «inabalável».
Depois dos terríveis conflitos em maio, entre Israel e Palestina, depois de 11 dias de consecutivos de ataques aéreos por parte das forças armadas israelitas, que provocaram a morte de mais de 260 palestinianos e 13 israelitas, as tensões nesta região voltam a reacender-se.
Esta quinta-feira, foram registados os confrontos mais intensos desde os ataques aéreos de maio. Depois de uma manifestação que descambou em violência, equipas de resgate palestinianas disseram à agência France Presse (AFP) que cerca de 20 palestinianos ficaram feridos em confrontos com o exército israelita.
Um grupo de ativistas palestinianos, apoiado pelo Hamas, lançou uma vaga de balões incendiários contra Israel, exigindo que Telavive alivie o bloqueio ao território. Como retaliação, aviões israelitas bombardearam a Faixa de Gaza na madrugada seguinte.
Os palestinianos tem sido alvo de novas incursões militares por parte das forças armadas israelitas. Na terça-feira, durante um confronto na Cisjordânia, o exército de Israel matou um adolescente palestiniano no campo de refugiados de Balata.
O escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos alertou para o aumento da fatalidade infantil durante os ataques israelitas. Segundo a organização, nas últimas semanas o exército israelita foi responsável pela morte de 12 jovens palestinianos, vítimas que vêm somar às fatalidades registadas nos ataques a Gaza, efetuados em maio, onde morreram pelo menos 67 crianças. Em 2020, morreram um total de sete crianças, vítimas de ataques, entre Gaza e Cisjordânia.