Pedro Reis, ex-presidente da AICEP, é candidato a bastonário da Ordem dos Economistas, um cargo atualmente ocupado por Rui Leão Martinho. As eleições para a liderança da Ordem dos Economistas vão ocorrer no final deste ano, depois de o atual bastonário ter manifestado a sua indisponibilidade para uma recandidatura – apoiando, no entanto, esta lista – e conta com pesos pesados, tanto do lado do PS como do PSD. Entre eles surgem nomes, como Eduardo Catroga, Carlos Costa, Daniel Bessa e Teodora Cardoso. Joaquim Miranda Sarmento, presidente do Conselho Nacional Estratégico do PSD, o economista Ricardo Arroja (candidato da Iniciativa Liberal nas Europeias de 2019), o economista João Duque e o ex-chairman da TAP Miguel Frasquilho são outros apoiantes.
Já na sua equipa conta com quatro mulheres e quatro homens, incluindo Inês Domingos, ex-deputada do PSD, e Sofia Santos, economista especializada em financiamento verde.
No seu programa eleitoral, Pedro Reis explica as razões da sua candidatura. «Candidato-me a Bastonário da Ordem dos Economistas porque acredito que temos o dever de servir o nosso país nos tempos mais exigentes e nos ciclos mais desafiantes». E não fica por aqui. «Candidato-me a Bastonário porque acredito que, em termos da nossa economia, o que se fizer e decidir nos próximos anos vai ser determinante para marcar as próximas décadas», acrescentando que acredita que a Ordem «tem um papel crucial na defesa e promoção de políticas económicas e sociais sustentáveis, equilibradas, estruturantes e ambiciosas», chamando ainda a atenção para a importância de «dinamizar um ciclo novo que se quer construtivo, válido e intenso quanto ao seu espírito, ao seu contributo e ao seu trabalho».
Miguel Athayde Marques, economista e professor na Universidade Católica surge como o mandatário nacional. «Estou certo de que Pedro Reis, como bastonário, colocará a Ordem no centro do debate sobre as opções fundamentais de desenvolvimento da economia portuguesa e da sociedade, sempre com espírito crítico, elevação, rigor e acima de tudo com independência».
Entre os 10 objetivos principais desta candidatura está a celebração dos 25 anos da Ordem em 2023, aprofundar o acompanhamento da execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), promover a discussão sobre o desenvolvimento económico, as qualificações, a sustentabilidade, aumentar a intervenção da Ordem na sociedade e na discussão de políticas públicas e atrair mais economistas para a organização, nomeadamente os mais jovens.
A candidatura de Pedro Reis chama ainda a atenção para o facto da economia portuguesa ter registado um crescimento reduzido nos últimos 20 anos. Um comportamento que terá de mudar: «Sob pena da economia portuguesa não conseguir inovar, evoluir e acrescentar valor», acrescentando que «o país tem de se mobilizar muito mais para superar os verdadeiros desafios da produtividade e competitividade, colocando um especial foco, entre outros eixos estruturantes: na capitalização e na recuperação das empresas; nos desafios da incorporação da sustentabilidade na gestão empresarial e na política pública; na digitalização e na internacionalização; na competitividade e eficiência fiscais».
Ao mesmo tempo, chama a atenção para o desafio da sustentabilidade, apontando como «um desafio nuclear da próxima década», garantido que a Ordem dos Economistas terá que estar na linha da frente para debater essa prioridade. «O país precisa de atingir um patamar de desenvolvimento mais próspero e mais robusto, capaz de gerar elevado valor acrescentado, ser socialmente inclusivo e respeitador dos limites do planeta».
Também o crescimento demográfico é outro desafio apontado pela candidatura de Pedro Reis ao afirmar que «têm vindo progressivamente a acentuar-se os sinais de um preocupante declínio demográfico, que, conjugado com os atuais níveis elevados de endividamento dos agentes económicos, pode colocar limitações preocupantes ao desenvolvimento da capacidade de criação potencial de riqueza na economia portuguesa».
No entanto, lembra que este problema ganha maior relevo no interior, daí apostar na coesão e na valorização territorial, defendendo que deve nortear a atuação dos decisores e dos economistas em geral.
Por último, deixa uma palavra ao desafio da qualificação. «Não obstante a evolução positiva das competências dos portugueses na última geração, continuamos a ter um longo caminho a percorrer nesta matéria, de modo a atingir os lugares de topo nos rankings internacionais, quer no plano europeu, quer mundial, criando condições propícias a um ciclo de desenvolvimento científico, transformação tecnológica e aumento da produtividade e dos rendimentos dos portugueses», diz no seu programa.
Ordem mais forte
Sob o mote ‘Renovação: Rumo ao futuro com ambição’, a lista de Pedro Reis promete «fazer mais e melhor pela profissão – a razão primordial da existência da Ordem – mas também capaz de inovar, de mobilizar novos protagonistas e novos temas, e de amplificar a voz e a capacidade de diálogo e interlocução institucionais. Uma Ordem mais forte, mais coesa e ainda mais atuante, será uma Ordem com profissionais mais reconhecidos, valorizados e aceites pela sociedade».
Garantias apoiadas pelo ainda Bastonário ao considerar que Pedro Reis «reúne todas as condições, dada a sua vasta experiência, a sua capacidade em construir e mobilizar equipas, o seu percurso particularmente rico em instituições relevantes e a sua credibilidade pública, para encabeçar uma lista de renovação serena».