A variante Delta apresenta uma frequência relativa de 100% em Portugal, revelou, esta terça-feira, o mais recente relatório de situação sobre a diversidade genética do SARS-CoV-2 em Portugal do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
O relatório contém uma amostra que “envolveu laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 128 concelhos por semana” e, de acordo com os dados analisados, “a variante Delta (B.1.617.2) apresenta uma frequência relativa de 100% na semana 36 (de 6 a 12 de setembro) em todas as regiões”.
Do total de sequências da variante Delta analisadas até à data, “66 apresentam a mutação adicional K417N na proteína Spike”, no entanto, “não foi detetado qualquer caso associado a esta sub-linhagem desde a semana 33 (16 a 22 de agosto).
Já no que diz respeito a outras estirpes, “a frequência relativa das variantes Beta (B.1.351) e Gamma (P.1), associadas inicialmente à África do Sul e ao Brasil (Manaus), mantém-se baixa, sendo inferior a 0,5% desde a semana 25 (21 a 27 de junho)”.
Segundo o relatório, “não foi detetado qualquer caso associado à variante Beta” desde a semana entre 19 a 25 de julho. Relativamente à variante Gamma, “após três semanas sem deteção de qualquer caso nas amostragens aleatórias, foram detetados 2 casos (não relacionados) na semana 35 nas regiões do Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo”.
Desde abril de 2020, o INSA tem vindo a desenvolver o 'Estudo da diversidade genética do novo coronavírus SARS-CoV-2 em Portugal', com o objetivo de “determinar os perfis mutacionais do SARS-CoV-2 para identificação e monitorização de cadeias de transmissão do novo coronavírus” e identificar “novas introduções do vírus em Portugal”.
Até à data, foram analisadas 16.943 sequências do genoma do novo coronavírus, obtidas de amostras colhidas em mais de 100 laboratórios, hospitais e instituições, representando 303 concelhos de Portugal.
“Têm vindo a ser analisadas uma média de 552 sequências por semana desde o início de junho de 2021, provenientes de amostras colhidas aleatoriamente em laboratórios distribuídos pelos 18 distritos de Portugal continental e pelas Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, abrangendo uma média de 128 concelhos por semana”, sublinha a nota.