Tessa Ganserer e Nyke Slawik, pelo partido Verdes, tornaram-se nas primeiras mulheres trans a ganhar um lugar no parlamento alemão, fruto das eleições nacionais do domingo passado.
"É uma vitória histórica para os Verdes, mas também para o movimento trans emancipatório e para toda a comunidade queer", disse Ganserer, à Reuters, acrescentando que os resultados são um símbolo de uma sociedade aberta e tolerante. No topo da lista de prioridades para Ganserer, que foi eleita para o parlamento regional da Baviera no ano de 2013, está um procedimento mais fácil para ratificar a mudança de sexo nos documentos de identificação. A somar, quer também alterações na legislação que permita às mães lésbicas adotar crianças.
Também Nyke Slawik disse que os resultados foram inacreditáveis: conseguiu um lugar no parlamento através dos Verdes no estado ocidental de Renânia do Norte-Vestefália. E também não esconde a sua alegria: “Loucura! Ainda não consigo acreditar, mas com este resultado eleitoral histórico serei definitivamente um membro do próximo Bundestag [parlamento alemão]”, disse, na sua conta do Instagram. Slawik apelou a um plano de ação, a nível nacional, contra a homofobia e transfobia; a uma lei de autodeterminação e também a melhorias na lei federal de antidiscriminação.
A homossexualidade foi descriminalizada na Alemanha no ano de 1969 e o casamento entre pessoas do mesmo sexo legalizado em 2017. Mas os crimes de ódio contra pessoas LGBT+ catapultaram 36% no ano passado, segundo os números da polícia, que demonstram uma tendência crescente de homofobia.
O partido de Olaf Scholz, SPD, conseguiu obter 25,7% dos votos, ficando à frente, ainda que de forma ligeira, da CDU/CSU, que somou 24,1% – o seu pior resultado de sempre. Aconteceu exatamente o contrário com os Verdes, que ficaram em terceiro lugar nas eleições e registaram o seu melhor resultado: 14,8%.