Depois de dois anos letivos realizados maioritariamente por meio das novas tecnologias, o Centro de Economia da Educação da Nova SBE apresentou os resultados preliminares do 4º inquérito “Ensino a Distância e Recuperação de Aprendizagens” concluído com a colaboração de educadores e professores dos ensino básico e secundário.
Com base nos dados apurados, os investigadores Ana Balcão Reis, Gonçalo Lima, Luís Catela Nunes, Pedro Freitas e Diogo Conceição chegaram à conclusão de que, globalmente, as perspetivas de recuperação dos atrasos das aprendizagens diferem entre os docentes, mantendo-se, à semelhança de edições anteriores do inquérito, um menor otimismo naqueles que lecionam em escolas públicas.
Das 674 respostas recebidas entre os dias 13 de julho e 12 de setembro deste ano, os investigadores constataram que aproximadamente 3 em cada 4 professores prevêem que os seus alunos precisarão, neste novo ano letivo que arrancou há duas semanas, de algum tempo para recuperar os atrasos nas suas aprendizagens originados pelo afastamento do ensino presencial.
Neste sentido, somente 26% prevêem que o período de recuperação se estenderá para além do 1º período do atual ano letivo. Entre os professores das escolas públicas, essa percentagem aumenta para 40%. A seu lado, 6 em cada 10 professores não acreditam que todos os seus alunos recuperarão as aprendizagens perdidas desde o surgimento da covid-19.
Entre os professores das escolas públicas, as opiniões dividem-se acerca da contribuição do Plano de Recuperação de Aprendizagens do Ministério da Educação (Plano 21—23 Escola+), mas numa escala de “1 – Não vai contribuir nada” a “7 – Vai contribuir muito”, a média das respostas situou-se em 4,2.