Plantado no jardim fronteiro à sede da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, um modelo do icónico foguetão pintado com quadrados vermelhos e brancos dá o mote. No interior do edifício, a exposição Hergé, dedicada ao criador de Tintin, tem um núcleo dedicado justamente ao álbum Tintin – Rumo à Lua, onde esboços, desenhos, estudos prévios e maquetas mostram como nascia uma destas histórias.
Mas há mais para ver e conhecer além do emblemático repórter que apareceu pela primeira vez a 10 de janeiro de 1929, nas páginas do suplemento juvenil Petit Vingtième.
A exposição, promovida pelo Museu Hergé, da Bélgica, e já apresentada no Petit Palais, em Paris, está organizada em nove núcleos que exploram diferentes facetas da obra e da personalidade do autor.
‘Hergé, o amante de arte’, por exemplo, mostra como esta paixão enriqueceu o seu imaginário e revela a sua faceta de colecionador – a sua coleção privada incluía obras de Jean Dubuffet, Lucio Fontana e Serge Poliakoff, aqui exibidas, tal como o retrato de Hergé feito por Andy Warhol.
Já ‘O êxito e a tormenta’ incide sobre o período em que as tropas alemãs ocupam a Bélgica e o jornal Le Vingtième Siècle, onde as vinhetas de Tintin eram publicadas, é extinto. «Para o desenhador, a Segunda Guerra Mundial coincide com um período de sucesso: nunca a tiragem dos seus álbuns na Casterman fora tão grande. Mas foi, sobretudo, a época da sua maturidade gráfica. Pressionado pelo editor, […] Hergé adotou finalmente a cor em A Estrela Misteriosa», explica a fundação.
A exposição Hergé está patente até 10 de janeiro na galeria principal da Fundação Calouste Gulbenkian.