A quatro dias das eleições, o executivo de Fernando Medina pagou 19700 ao Gabinete de Estudos e Projetos Paulo Pedroza para elaborar um “projeto de execução” para uma rotunda ciclável na Almirante Reis, mais concretamente na Praça do Chile. O documento, a que o Observador teve acesso, estipulava ainda um prazo de 15 dias para que o gabinete contratado apresentasse o projeto.
Recorde-se o facto de a ciclovia na Avenida Almirante Reis ter sido um dos temas mais sensíveis de toda a campanha eleitoral, tendo o agora vencedor Carlos Moedas sido perentório quanto a ela: “é para acabar”. Não obstante o debate em torno da ciclovia, Medina não se inibiu, a quatro dias das eleições, de celebrar um ajuste direto que permitisse a sua continuidade. Além disso, antes sequer do assunto ter vindo à baila em campanha, Medina viu-se obrigado a alterar o seu formato original, à época reconhecendo não ser o mais adequado.
O contrato terá sido assinado a 22 de setembro mas publicado no Portal BASE mais de uma semana depois: no último dia do mês e, por isso, depois das eleições. Tal, naturalmente, atirou o escrutínio do contrato para depois da data em que os lisboetas se podiam manifestar quanto a ele. Curiosamente, cinco dia antes de assinar o dito, Medina, acompanhado pela sua comitiva numa das suas ações de campanha, fez o percurso ciclável entre Telheiras e o Martim Moniz – ou seja, percorreu a avenida Almirante Reis de Bicicleta.
Ao Observador, fonte da autarquia lisboeta terá explicado que o contrato se tratou de um ajuste ao projeto já existente para a Praça do Chile (que não contemplava uma parte ciclável).