O preço médio dos apartamentos disponíveis para venda em Lisboa atingiu os 5070 euros por metro quadrado em julho deste ano, um valor 50% acima dos 3373 euros por metro quadrado verificados no Porto, no mesmo mês. Esta é uma das principais conclusões da segunda edição do Barómetro do Mercado Residencial, divulgado pela Prime Yield e desenvolvido em parceria com os portais SuperCasa/CasaSapo e a plataforma Infocasa.
O estudo diz ainda que há cerca de seis meses que Lisboa mantém os valores de oferta acima dos 5000 euros por metro quadrado e o Porto acima dos 3300 euros por metro quadrado.
Apesar de a diferença ser acentuada, a diferença de preço entre Lisboa e Porto tem vindo a reduzir, passando de 67% em julho de 2019 para 57% em julho de 2020, atingindo agora os 50%. “Tal acontece porque os preços no Porto cresceram a um ritmo mais intenso do que em Lisboa. Ao passo que em julho de 2021 a subida homóloga do preço de oferta dos apartamentos no Porto foi de 10,3%, em Lisboa foi de 5,7%. Da mesma forma, um ano antes, o aumento homólogo dos preços no Porto foi de 9,1% e em Lisboa de 2,6%”, explica a Prime Yield.
Relativamente aos preços pedidos em Lisboa e Porto face aos restantes mercados da sua região, o Boletim do Mercado Residencial da Prime Yield conclui que em julho de 2021 o Porto situava a sua oferta de apartamentos num valor 63% acima da respetiva média regional, ao passo que em Lisboa essa diferença era de cerca de 85%.
No entanto, no contexto mais lato das Áreas Metropolitanas, a diferença de valores entre a região de Lisboa e a região do Porto é um pouco menos vincada: em julho, os apartamentos em oferta no total da Área Metropolitana de Lisboa tinham um valor médio de 2738 euros por metro quadrado, ficando 33% acima dos 2063 euros por metro quadrado registados na Área Metropolitana do Porto.
“Os preços da habitação continuam a apresentar uma tendência de subida, pois este tem sido um setor em que a procura não só não se contraiu com a pandemia, como até tem revelado uma vitalidade surpreendente. Os últimos dados oficiais mostram que se superaram recordes de venda e que o crédito para aquisição não abrandou. E mais do que isso, tem sido um mercado desenvolvido num contexto de baixos níveis de oferta, o que também influenciou o comportamento dos preços”, explica Nelson Rêgo, CEO da Prime Yield.
E acrescenta: “A subida de preços tenderá a suavizar com o surgimento de nova oferta, especialmente da que se dirige às famílias portuguesas da classe média. Contudo, o impacto sobre os preços só deve ser visível a prazo, pois os grandes projetos de construção nova fora dos centros das cidades de Lisboa e Porto que respondem à capacidade financeira da classe média portuguesa não vão estar disponíveis de forma imediata”.