O Chega já reagiu à proposta do Orçamento do Estado para 2022 e identificou “um único aspeto positivo” no documento – “o desagravamento fiscal em sede de IRS nalguns rendimentos”. Contudo, André Ventura diz que esta até seria uma medida “globalmente positiva” se o Governo não estivesse a “retirar daí para ir buscas noutros locais”.
“Até seria uma medida globalmente positiva se o Governo não estivesse a retirar daí para ir buscar noutros locais, como é o caso dos impostos sobre os combustíveis. É importante que as pessoas saibam que vamos ter novamente um aumento fiscal sobre os combustíveis quando já pagamos uma das gasolinas e gasóleos mais caros da Europa e da União Europeia”, criticou o líder do Chega.
“Este Orçamento faz pior que não desagravar: agrava. E toda a gente sabe que é dos aspetos mais importantes da vida das pessoas”, acrescentou, falando depois na “desproporção”entre o investimento público e o privado.
“O Governo, no essencial, não conseguiu fazer o que tinha prometido, que era dar um sinal de retoma à economia, com este orçamento. E é isso que me parece mais preocupante (…) Continua a aumentar a pressão sobre as empresas e famílias e a engrossar a máquina do Estado”, disse Ventura, que criticou ainda o “número catastrófico” da percentagem do PIB.
Assim, “previsivelmente e com grande dose de segurança”, o Chega deverá votar contra o documento.
“Se BE e PCP viabilizarem, terão de ser politicamente responsabilizados”, considerou. “Eu sei que o Presidente da República não quer uma crise política, nenhum partido quer, mas temos de ter capacidade de dizer que António Costa não está no bom caminho”, rematou.