Com um reforço de 600 ME, o Orçamento da Educação totaliza 7805,7 milhões de euros na proposta de OE, mas os professores não gostaram de não se ver referidos uma única vez no relatório entregue ao Parlamento. Tanto que até foram ver quantas palavras tinha o documento ao todo: 82 394 e quase meio milhão de carateres, contou a Fenprof, nenhum com referência explícita aos docentes. Outra queixa é que o financiamento da Educação continua abaixo dos 4% do PIB, abaixo da média dos países da OCDE e europeus. Com os temas laborais a entrar em força na discussão do OE, o Governo apontou também para o Conselho de Ministros da próxima semana a aprovação de uma agenda para o trabalho digno.
O Ensino Superior e Ciência têm um reforço de 135 milhões de euros e uma das novidades é o aumento das bolsas para estudantes de classes sociais mais desfavorecidas frequentarem mestrados. Mariana Gaio Alves, do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup), contestou uma primeira leitura do documento, que apontava para um reforço de 547 milhões de euros, o que resultava de parte do reforço anunciado para este ano não ter sido executado. E chamou também a atenção para a precariedade das condições laborais no setor.
A Cultura tem mais 70,1 milhões de euros, representando 0,25% da despesa consolidada da Administração Central se se descontar o financiamento dos media, com maior peso da RTP. Número que se tornou protesto nas redes sociais, partilhado dezenas de vezes. «Valemos ZERO vírgula vinte cinco», escreveu o ator Albano Jerónimo no Instagram.