A pobreza é o “problema dos problemas”, sublinhou este domingo Marcelo Rebelo de Sousa, mostrando-se preocupado com a trajetória da pobreza em Portugal e no mundo. Algo que, como explica, aumentou com a pandemia: "Antes da pandemia, dizia-se que havia perto de 100 milhões de pobres e depois da pandemia, perto de 120 milhões de pobres no mundo. Antes da pandemia, dizia-se que havia 2 milhões de pobres em Portugal, depois da pandemia 2 milhões e 200 mil".
Para o Presidente da República há uma "urgência da pobreza", razão pela qual é preciso o "empenhamento de todos nós".
"O primeiro grande objetivo de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas [a erradicação da pobreza] muito provavelmente já não vai ser atingido. O grande objetivo da Estratégia Nacional Contra a Pobreza aponta para a saída da pobreza de 360 mil portugueses e portuguesas até 2030. O que significaria, se tudo continuasse na mesma, se não houvesse fatores de crise e agravamento, que demoraria cerca de 50 anos para atingir os 2 milhões e 200 mil", acrescentou.
As palavras foram proferidas durante a apresentação do livro “Que fizeste do teu irmão”, com textos de Bruto da Costa (1938-2016). O Presidente da República condecorou postumamente o sociólogo e ex-ministro dos Assuntos Sociais, que fez da “libertação da pobreza” o desígnio da sua vida.