O Hospital da Cruz Vermelha anunciou esta terça-feira que tanto a Inspeção Geral das Atividades em Saúde como o Ministério Público arquivaram as suspeitas de vacinação indevida contra a covid-19 na instituição. Em fevereiro, irregularidades detetadas no processo de vacinação neste hospital levaram à demissão do coordenador da task-force nacional de vacinação, Francisco Ramos, presidente da comissão executiva do Hospital da Cruz Vermelha.
"Do inquérito promovido pela IGAS resultou decisão de arquivamento em julho. E, agora, do inquérito desenvolvido pela Polícia Judiciária resulta idêntica decisão de arquivamento. Assim, foi proferido pelo Ministério Público, este mês de outubro, despacho de arquivamento. Termina assim um caso que se lamenta profundamente e que perturbou a imagem e a reputação do Hospital Cruz Vermelha", diz agora a Cruz Vermelha Portuguesa.
Na altura, o diretor clínico assumiu irregularidades na vacinação apenas de um médico, por lapso dos serviços, informando ter devolvido doses recebidas a mais para o número de profissionais prioritários. ""Houve um lapso e há um médico – é o único caso de que nós temos consciência – de medicina interna a quem, erradamente, foi atribuída a especialidade de cirurgia", disse Manuel Pedro Magalhães.
Francisco Ramos, ex-secretário de Estado da Saúde e antigo presidente do IPO de Lisboa, apresentou a renúncia ao cargo de coordenador da task-force de vacinação a 2 de fevereiro. "Ao tomar conhecimento de irregularidades no processo de seleção para vacinação de profissionais de saúde do Hospital da Cruz Vermelha, do qual sou Presidente da Comissão Executiva, considero que não se reúnem as condições para me manter no cargo de coordenador da task force para a elaboração do Plano de Vacinação Contra a COVID-19 em Portugal", disse na altura. Seria substituído por Henrique Gouveia e Melo, que já integrava a task-force.