No âmbito do Dia Mundial de Combate ao Bullying, que se assinala esta quarta-feira, dia 20 de outubro, a Guarda Nacional Republicana (GNR) emitiu um comunicado que faz um balanço dos casos e ações de senbilização contra o bullying feitas este ano.
Desde dia 1 de janeiro, foram registados pela autoridade 64 crimes associados ao bullying, sendo que, a Polícia de Segurança Pública (PSP) adianta que estamos perante uma "tendência decrescente" desde o ano letivo 2013/2014, "tanto no número total como na gravidade das ocorrências criminais e não criminais reportadas em ambiente escolar".
A GNR informa ainda que desde o início do ano foram feitas 1.008 ações de sensibilização para mais de 34.100 crianças e jovens dos 1º, 2º e 3º ciclo, em 422 estabelecimentos de ensino público e privado.
Na nota, a GNR alerta a população em geral, e particularmente as crianças e jovens, para a relevância do tema numa altura em que milhares de alunos regressam às atividades letivas após períodos atípicos de confinamento provacos pela pandemia de covid-19. O objetivo, refere a força de segurança, é apelar a "uma estratégia de consciencialização, que visa contribuir para a mudança de comportamentos da sociedade e para a progressiva intolerância social face à violência nas escolas".
A GNR lembra ainda que a "violência ocorre fora da visão dos adultos e grande parte das vítimas não reage ou denuncia a agressão sofrida, pelo que esta sensibilização é extensível aos pais, professores e funcionários pelos sinais de alerta que devem procurar denunciar e saber reconhecer, nas escolas e em ambiente familiar", frisando que o bullying é "um conjunto de atos que servem para descrever situações de violência física ou psicológica, intencionais e reiteradas, praticados por uma ou mais pessoas no contexto de uma relação desigual de poder, causando dor e angústia na(s) vítima(s)".
A força de segurança destaca que atualmente, o bullying tem vindo a ssumir novos contornos, devido ao recurso às novas tecnologias, nomeadamente as redes sociais, dando origem à vertente virtual do 'ciberbullying'.
"Por norma os sinais de alerta são silenciosos, aconselhando-se os pais, professores e todos os cuidadores a estarem atentos a sinais, tais como alterações de humor, abatimento físico e/ou psicológico, sinais de impaciência ou ansiedade, queixas físicas permanentes (dores de cabeça, de estômago, perturbações no sono, nódoas negras), irritabilidade extrema, ou qualquer outra mudança de comportamento", realça a Guarda.
Além das ações de sensibilização, a GNR destaca que os seus Postos Territoriais dispõem de uma sala de apoio à vítima, destinada a receber este tipo de situações que contam ainda com militares com formação especializada (Apoio a Vítimas Específicas e militares da estrutura de Prevenção Criminal e Policiamento Comunitário) Estes realizam um acompanhamento personalizado às vítimas de 'bullying', encarregando-se de as encaminhar para outras instituições com competência neste âmbito.
Já a PSP alerta para este fenómeno, que acontece especialmente no meio escolar, estando a realizar uma operação de sensibilização nas escolas do primeiro, segundo e terceiro ciclo até ao dia 29.
No comunicado, a GNR dá conta que a operação "'Bullying' é para fracos", iniciada na segunda-feira, decorre por ocasião do Dia Mundial do Combate ao 'Bullying' e abrange crianças e jovens dos 6 aos 15 anos.